O Ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), voltou a dizer que vai criar um projeto para vender passagens a R$ 200 para qualquer parte do país. Segundo o chefe da pasta, a ideia é atender servidores públicos federais, estaduais e municipais, além de aposentados e estudantes com FIES.
Desde então, a declaração vem causando uma série de debates nas redes. Até aqui, uma das partes mais interessadas, as companhias aéreas, estavam caladas sobre o assunto. Contudo, representantes das empresas de aviação que atuam no Brasil disseram por meio de nota que estão dispostas a conversar sobre o tema.
A Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear) disse que está acompanhando a discussão. “Desde o início do ano, a Abear e suas associadas mantêm diálogo constante com o Ministério de Portos e Aeroportos sobre o cenário do setor aéreo e as possíveis soluções para o crescimento do número de passageiros e destinos atendidos.”
A Abear é a associação que administra as companhias Latam, Gol, Voepass, Abaeté Aviação, Boeing, Rima e Sideral. Além deles, a Azul fez um comunicado afirmando que também está acompanhando as discussões e dizendo que o projeto tem grande potencial de ajudar boa parte dos brasileiros.
“A companhia está aberta e disposta a conversar sobre o projeto que vai beneficiar grande parte da população brasileira”, diz a nota. A empresa não deixou claro se já participou de conversas com o Ministro Márcio França sobre o assunto.
Passagens a R$ 200
De acordo com o chefe da pasta de Portos e Aeroportos, a ideia do projeto é vender apenas as chamadas vagas ociosas em meses específicos do ano. Durante a alta temporada, ninguém poderá comprar as passagens a R$ 200.
“Da metade de fevereiro, a março, abril, maio e junho. Depois agosto, setembro, outubro e novembro. Vamos começar, se tudo correr bem, ainda nesse segundo semestre”, completou Márcio França.
Aumento das passagens
O Ministro de Portos e Aeroportos disse ainda que a medida não deverá encarecer as passagens do público em geral. Ele defendeu que o Governo vai apenas estimular as vendas dos assentos ociosos, ou seja, aqueles que normalmente não são vendidos em determinadas épocas do ano.
“As passagens tem que baixar de preço. O avião é calculado assento por quilômetro, ou seja, quanto mais assentos por quilômetros estiverem preenchidos mais barato tem que ficar o preço. Evidente que quando as pessoas compram de maneira imediata de hoje para amanhã, de hoje para hoje à tarde, costuma ficar muito caro”, disse o Ministro.
“A gente foi buscar alguém que já tivesse vínculo conosco: Servidor público, servidor de estatal, servidor municipal, estadual, federal, também aposentados, pensionistas e estudantes que tenham FIES. Todos esses poderão se encaixar nesse programa”, disse o Ministro na entrevista concedida à CNN Brasil no dia 13 de março.
“O Governo Federal não entra com nenhum tipo de subsídio, entra com a organização que vai, claro, intermediar. A Caixa ou o Banco do Brasil que vão intermediar essa possibilidade”, disse o Ministro.
“As passagens são vendidas. A diferença é que nós descobrimos que, durante esses meses que estou lhe falando (os chamados meses intermediários) os aviões saem com 21% de passageiros a menos, vazios.”
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