Durante a Sessão Ordinária desta quinta-feira (20), o deputado Marquito (PSol), foi à tribuna da Assembleia Legislativa para relatar as reclamações de clientes da Celesc quanto ao novo sistema de pagamento da empresa, denominado Conecte.
Conforme o parlamentar, a ferramenta automatizada de geração de boletos, obtida a um custo de aproximadamente R$ 100 milhões, foi colocada em operação antes mesmo do seu desenvolvimento final, acarretando uma série de problemas. Nos postos de atendimento da empresa espalhados pelo estado, disse, são comuns usuários reclamando por elevações substanciais nos valores das tarifas e também alterações não explicadas nos perfis de consumo.
O parlamentar declarou que a situação vem prejudicando também a empresa, antes reconhecida nacionalmente por características como cobrança de valores baixos em tarifas e sistemas eólicos, e rapidez na religação de linhas de energia.
“Eu trago essa questão porque é urgente a solução desse sistema, para que a imagem da empresa não seja manchada. E também pela questão financeira, porque essa avalanche de contas erradas sendo lançadas também vai trazer um déficit grande de pagamentos e, pior, pode trazer multas e consequências financeiras negativas para a Celesc.”
Ao final, ele pediu mais investimentos públicos no sistema elétrico, observando que a Assembleia Legislativa inseriu na Constituição estadual uma emenda para dificultar um eventual processo de privatização da empresa.
Calor nas salas de aula
Ainda durante a sessão, Marquito relatou as dificuldades enfrentadas por estudantes e professores da Ensino Básico Oscar Manoel da Conceição, de Florianópolis, por conta das altas temperaturas nas salas de aula.
Conforme o parlamentar, a unidade não conta com aparelhos de ar condicionado e até mesmo os ventiladores existentes não podem ser ligados devido à precariedade da rede elétrica lá existente.
Ele disse que o problema já havia sido constatado na primeira das três vistorias que fez à escola, no ano de 2023. Na ocasião, disse, o caso foi comunicado à Secretaria de Estado da Educação, que até o momento não tomou nenhuma providência efetiva.
“Os estudantes e professores daquela escola estão mobilizados, reivindicando o básico, que é uma condição de poder estudar sem risco de desmaiar, de risco à saúde. Por isso, eu queria aqui pedir novamente para que a Secretaria de Educação que olhe para isso com urgência, pois uma nova onda de calor está prevista para a próxima semana”, disse, acrescentando que a situação da escola de Florianópolis é comum a muitas outras unidades de ensino no estado.
Combate ao alcoolismo
A passagem do Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, celebrado no dia 18 de fevereiro, foi destacada pelo deputado Mário Motta (PSD).
Ele observou que a data tem como objetivo lembrar a todos a gravidade do problema e a responsabilidade coletiva de se enfrentar e apoiar os que sofrem com a dependência da substância.
Relatando levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz, ele afirmou que a cada hora 12 vidas são perdidas no Brasil devido ao consumo abusivo do álcool e que, por igual motivo, anualmente são registrados acidentes e violências que acarretam ao país prejuízos de R$ 18 milhões.
Uma ação efetiva contra o problema, disse, é a atuação da organização Alcoólicos Anônimos, que está presente em 180 países, prestando atendimento a mais de 2 milhões de pessoas. Em Santa Catarina, segundo revelou, já são 158 grupos.
“Isso demonstra a relevância e o alcance do trabalho dos Alcoólicos Anônimos, que têm sido uma âncora de apoio e recuperação para aqueles que buscam ajuda. É fundamental que, como sociedade, reconheçamos a importância desse apoio e que possamos disseminar a mensagem de que ninguém precisa enfrentar essa luta sozinho. Buscar ajuda é o primeiro passo para a recuperação.”
Ao final, Motta se colocou à disposição para colaborar na criação de novas políticas públicas que incentivem a prevenção e o apoio para aqueles que buscam ajuda no combate ao alcoolismo.
População de rua
O principal tema destacado pelo deputado Maurício Peixer (PL) foi o crescimento do número de pessoas em situação de rua no estado.
Ele afirmou que entre os anos de 2007 e 2008 atuou como secretário de assistência social em Joinville e, na ocasião, pôde constatar a complexidade da situação e os entraves enfrentados pelas administrações municipais para lidarem com o problema. Entre eles, foram apontadas as limitações impostas pela legislação. “Hoje não dá para fazer nada, os prefeitos estão com as mãos amarradas”, declarou.
Em aparte, o deputado Matheus Cadorin (Novo), observou que foi aprovada solicitação sua para discutir o tema na Assembleia Legislativa.
“Como bem disse o senhor, nós precisamos mudar a legislação. Por isso, estamos chamando uma audiência pública aqui na Assembleia no dia 12 de março, às 10h30, na Comissão de Assuntos Municipais, que já com a adesão da Comissão de Prevenção e Combate às Drogas e da Comissão de Segurança Pública, para que possamos fazer essa discussão e resolver, de uma vez por todas, esse problema que já é nacional, não é só de Santa Catarina.”
Resposta a Zanatta
Fernando Krelling (MDB) foi à tribuna da Alesc para apresentar uma resposta à deputada federal Julia Zanatta (PL-SC), que em vídeo divulgado nas redes sociais nesta semana o critica pelo nome indicado para o cargo de presidente da Fundação Catarinense de Desportos (Fesporte).
“Eu quero dizer que não devo nada para você e eu tenho o meu eleitor consolidado, 55 mil pessoas me colocaram aqui. Joinville é uma cidade que eu defendo com unhas e dentes e ninguém mudará o meu perfil de trabalho, que é de muita dedicação e muito comprometimento.”
Krelling também fez uma defesa do novo presidente da Fesporte, que, segundo o parlamentar, foi apontado por Julia Zanatta como “petista e marxista”.
“O advogado Vinicius Bion foi presidente do Tribunal de Justiça Desportiva, é membro do Conselho Estadual de Esportes e tem formação em gestão esportiva. Um cara muito capacitado, muito competente e que conhece o sistema esportivo catarinense”, disse.
Agência AL
Fonte: Agência ALESC