A sessão de terça-feira (19) da Assembleia Legislativa teve a defesa enfática do uso de celulares pelos alunos em sala de aula e a repercussão da demissão do presidente do Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina S/A (Ciasc).
Sargento Lima (PL) exibiu na tribuna fotos e vídeos feitos por alunos brasileiros utilizando um aparelho celular que mostram professores em atitudes inadequadas em sala de aula. Em um dos vídeos, o professor se aproxima de uma aluna de 11 anos, abraça-a e morde sua orelha.
Em outra agravação, um professor afirma que dará pontos extras aos alunos que se beijarem, enquanto em outro vídeo é possível ver uma prótese peniana em uma aula de educação sexual.
“Gente, não caiam no conto de vigário esquerdista, não caiam nessa conversa fiada. Por que tão poucos são punidos por esses crimes? Porque toda situação de crime levada adiante é preciso que haja uma denúncia ao Ministério Público (MPSC). Você entrega o fato e o MPSC te entrega o direito, mas a materialidade da prova é a filmagem. Cercear o direito da criança de usar ferramentas para se proteger é de uma crueldade sem tamanho”, discursou Lima, que pediu apoio para projeto de lei que permite que o aluno leve o celular para a sala de aula.
Já Rodrigo Minotto (PDT) ressaltou o pedido de exoneração do presidente do Ciasc após vir à tona a contratação milionária e sem licitação de uma empresa do Piauí para prestação de serviços em telemedicina.
“Se tudo está correto, por que a necessidade de deixar o cargo? Não seria mais conveniente debater e apresentar à sociedade tudo o que foi feito?”, questionou Minotto, que cutucou o governo. “Não encontramos quem possa fazer a defesa contundente do governo”.
Marcius Machado (PL), em resposta, afirmou que nenhum real saiu do cofre do governo, ao contrário do escândalo dos respiradores, quando houve desembolso de R$ 33 mi.
“Há transparência, foi publicado o edital e agora o secretário recuou para mostrar que não tem problema nenhum”, afirmou Machado.
Fabiano da Luz (PT) e Marquito (Psol) concordaram com Minotto.
“O que está acontecendo com Santa Catarina? Quando aconteceu o negócio dos respiradores aqui foi feito um caldeirão, hoje estamos falando de contrato sem licitação que chega a R$ 1,5 bi, uma empresa do Piauí, investigada lá, um negócio que só foi descoberto porque a imprensa trouxe à tona”, declarou Fabiano.
“Concordo com as palavras dos deputados Minotto e Fabiano da Luz, precisamos manter o debate vivo nesta Casa, é nossa função primordial de fiscalização do Executivo”, ponderou Marquito.
Comissão de Turismo
Antes do início da Ordem do Dia, o presidente Mauro de Nadal (MDB) informou que os partidos e os blocos partidários, através dos líderes, têm o prazo de até cinco sessões para indicarem os membros da Comissão de Turismo, desmembrada da Comissão de Meio Ambiente.
Conforme explicou o presidente, o PL tem direito a dois membros; MDB e PSDB, uma vaga; União, PTB e PSD, uma vaga; PT e PDT, uma vaga; Podemos, Novo e Republicanos, uma vaga; e o PP e o Psol têm direito a indicar um membro conjuntamente.
Dia da Consciência Negra
Marquito destacou a passagem do Dia da Consciência Negra, celebrado nacionalmente no dia 20 de novembro.
“Uma data muito importante, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, este Parlamento tem se debruçado na temática e amanhã será a primeira vez que será feriado nacional para o país refletir sobre a sua negritude”, discursou Marquito.
O deputado lembrou a história do Brasil, da escravidão que durou séculos e dos dias atuais e conclamou os catarinenses a compreender os problemas que a escravidão trouxe para os brasileiros.
Marquito lembrou que 23,29% da população catarinense é negra e lamentou o fato de que na Assembleia Legislativa não há representantes da comunidade negra.
Dr Vicente Caropreso (PSDB) lamentou a força do racismo.
“Racismo é uma chaga, não faz bem a ninguém, é motivo de guerras, de notícias terríveis que se ouvem em todos os cantos do mundo. Que nós possamos comemorar o Dia da Consciência Negra de maneira vibrante e que faça chegar nas crianças e jovens esse sentimento de ter que se fazer um reparo a tudo que aconteceu ao povo negro durante a história”, avaliou Caropreso.
Dengue em alta
Dr Vicente lembrou na tribuna a passagem do Dia Nacional de Combate a Dengue, celebrado nesta terça-feira (19).
“É hora de todos agirmos, de colocar para funcionar nossas redes sociais, este ano mais de 340 catarinenses perderam a vida e mais de 300 mil pessoas foram infectadas. O mosquito está perto de nós, nos quintais das nossas casas”, reforçou o parlamentar.
AGÊNCIA AL
Fonte: Agência ALESC