FOTO: Giovanni Kalabaide
A missão do Centro de Memória da Assembleia Legislativa é preservar a história dos catarinenses, que passa necessariamente pela delicadeza de mãos de profissionais capacitadas para a conservação, cuidados e até mesmo a restauração de um acervo que ultrapassa gerações. Visando aprimorar a qualificação dos servidores deste setor, a Alesc, por intermédio da Escola do Legislativo, promoveu o curso de Introdução a Química de Materiais, que iniciou na manhã de segunda-feira (30), conduzido pelo professor Thiago Guimarães Costa, pós- doutorado em Química de Materiais para Preservação de Patrimônio Histórico.
O curso, que será ministrado durante cinco segundas-feiras, busca compartilhar experiências, buscando contextualizar os desafios e os avanços para a preservação deste patrimônio cultural dos catarinenses.
Como explicou o professor Thiago, a proposta é transmitir novas tendências do setor, pontuando problemas e soluções.
“É fundamental esse momento de reciclagem dos profissionais da área de conservação e de restauro para que eles obtenham novos conhecimentos a respeito dos materiais constituintes, dos acervos que abrigam. Afinal, ali há obras de artes raras e de grande importância para o Estado “, avaliou, destacando que há uma carência nacional de cursos voltados para a preservação de acervos históricos.
Memória e história
Quando o assunto é tempo, a memória e a história andam de mãos dadas. Com arquivos datados de 1835 até o presente momento, o Centro de Memória da Assembleia Legislativa de Santa Catarina guarda milhares de documentos históricos e permanentes, detalha a gerente do Centro de Memórias, Lisandrea Costa, que comentou a respeito da importância desse curso para o setor que cuida da história dos catarinenses.
“Pode nos trazer conhecimento importante para a conservação e restauração de documentos, uma vez que os documentos em papel compõem mais de 95% do nosso acervo”, informou. Ela confessa que esse acervo requer uma vigilância constante, de monitoramento, para que as condições de conservação sejam adequadas. “Então, esperamos que essas aulas de química nos tragam ainda mais conhecimentos atualizados a respeito de materiais, de equipamentos, a respeito de técnicas atualizadas”, observou. Ela informa que os documentos armazenados são de guarda permanente.
“São documentos históricos, maioria deles raros, então eles precisam de cuidados, de tratamento, de conservação constante. É um dever do Estado e de toda sociedade garantir e atuar pela conservação deste patrimônio ”, avalia.
Raridade catarinense
Entre os documentos preservados estão pareceres, mensagens de governadores, decretos e resoluções, leis sancionadas e o projeto da primeira constituição de Santa Catarina, aprovada em 1891, que foi manuscrita. “Nós temos essa preocupação de preservar, não só guardar os documentos ditos históricos, mas conservá-los. Todas as gerações futuras têm o direito ao acesso a esses documentos.”
A gerente cultural da Alesc, Any Santos, também se fez presente no curso e comentou que é de suma relevância essa atualização. “É fundamental preservarmos o acervo cultural de nosso Estado, que hoje chega a mais de 500 obras na Casa. Esse curso vai ao encontro das nossas expectativas”, afirmou.
O que é
O Centro de Memória foi inaugurado em 1999 e é vinculado à Coordenadoria de Documentação. A função do setor é restaurar, preservar e difundir a produção legislativa, composta por documentos originais produzidos a partir de 1835, época da Assembleia Provincial. Os documentos são categorizados conforme uma tabela de temporalidade, que define quais deles são de guarda permanente.
Agência AL
Fonte: Agência ALESC
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