Investigar os cabelos, sua simbologia e seus movimentos. Essa é a proposta do projeto de pesquisa artística “Fio Rebelde”, patrocinado pela Lei de Incentivo à Cultura (LIC) de Balneário Camboriú, por meio da Fundação Cultural do Município. O resultado das investigações sobre o cabelo, as quais ocorreram de julho a setembro, será exibido neste sábado (5), no Beco do Brooklyn, com programação gratuita a partir das 20h.
Haverá exposição de imagens registradas durante a pesquisa, que é a contrapartida social do projeto. Também, por meio de uma performance, serão mostrados os processos da investigação.
Além de pesquisar os cabelos como inspiração poética e coreográfica, o trabalho imergiu em questões pessoais e coletivas da significância deles em uma sociedade, conforme a artista proponente do projeto, Caroline Calcaterra. Deixar crescer, alisar, cortar, pintar ou trançar os cabelos são ações importantes na identidade de cada pessoa; seja essa identidade de gênero ou racial, seja a identidade de pertencimento a diferentes grupos, como apreciadores de um determinado estilo ou gênero musical. A artista ressalta que, por tamanha importância, os cabelos acabam sendo motivo também de preconceito e discriminação, temas abordados durante a pesquisa, que recaem principalmente sobre grupos LGBTQIA+ e raciais. Outro tema investigado foi a feminilidade e sensualidade relacionada à movimentação dos cabelos a partir da dança.
Após um chamamento de pessoas com variados tipos de cabelos, integradas a grupos sociais diversos, Calcaterra e o Coletivo Núcleo Corpóreo organizaram encontros de experimentação. Participaram nove pessoas. A pesquisa transitou por estudos da química capilar e suas propriedades físicas, as movimentações e a simbologia do cabelo, instalações visuais com fibras diversas que se assemelham aos cabelos, além de estudos de movimento e coreografia dentro da hairography/bate-cabelo e dança contemporânea.
” ‘Fio Rebelde’ propõe trazer reflexões através de um trabalho que mostra a biodiversidade humana como uma dádiva e não como uma hostilidade, sendo uma forma de arte que desmistifica conceitos e padrões de beleza enraizados no tecido social. O projeto também tem a função de ser uma plataforma para diferentes artistas explorarem suas individualidades e suas relações com seus próprios cabelos e com os de outras pessoas”, afirma Calcaterra.
O trabalho de pesquisa contou com a colaboração e cocriação de Cali Ossani, Fernando Dalla Nora e Gabriel(za) Engster, com participações esporádicas de outros artistas, como Michele Chaves, Sol Fierro, Geni Beatriz Lazo, Lautaro Pugliese, Analua Tillery e Tatiane Veronese Pratti. Na mostra de processo, sábado, o público poderá conferir os registros das investigações, bem como os resultados instalativos e coreográficos a serem apresentados pelos artistas envolvidos. Mais informações serão divulgadas pelos perfis @caroline_ calcaterra e @nucleocorporeo, no Instagram.
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Instagram: @caroline_ calcaterra e @nucleocorporeo
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Texto: Projeto Fio Rebelde
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