O designer industrial João André é um exemplo de empreendedor que criou uma startup de sucesso em Joinville. Ele é o CEO da primeira empresa a produzir tratores 100% elétricos no Brasil. João começou a startup quando tinha 26 anos de idade. Quatro anos depois, ele viu o faturamento sair do zero no primeiro ano, para R$ 3 milhões em 2021.
“Hoje a marca atende aeroportos e indústrias no transporte de carga pesada. Estamos trabalhando agora também em um programa para uma linha de tratores agrícolas. E nosso objetivo é ser a primeira marca 100% brasileira de tratores elétricos no âmbito global”, explica o CEO.
Para o empreendedor, ainda há muito espaço para startups. “Espaço para crescer é quase infinito. Ainda há muito a ser inovado”, diz.
O Mapeamento de Startups realizado pelo Join.Valle, que é uma entidade de fomento a inovação, em parceria com a Secretaria de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável (Sepud), mostrou que a média anual dessas empresas criadas no município aumentou 420% ao longo da última década. Hoje, a cidade tem 167 negócios ativos, com mais de 2,3 mil colaboradores. Em relação a 2020, o número de startups joinvilenses cresceu 44%.
E se depender da Sepud e da Join.Valle esse número de novas empresas inovando tende a aumentar.
“Joinville, com a sua história e a sua diversidade de atividades econômicas, vem sendo o ambiente ideal para que se criem empresas inovadoras. Essa é uma tradição antiga da cidade. Esse espírito inovador está no ecossistema das empresas de tecnologia e inovação. É com satisfação que a gente acompanha esse desenvolvimento das startups em Joinville. E não só as de tecnologia de informação e comunicação, mas de hardware”, explica o secretário da Sepud, Marcel Virmond Vieira.
Há sete anos, Joinville tinha, em média, 5 startups criadas por ano. Só em 2021, surgiram 29 empresas desse formato na cidade. Em relação ao faturamento, a maioria delas (52%) aponta ter ganhos anuais de até R$ 100 mil, enquanto 16% faturam entre R$ 100 e R$ 500 mil e 30% acima de R$ 500 mil. Não à toa, Joinville subiu 16 posições entre os Índice de Cidades Empreendedoras 2020 e 2022.
“Ficamos muito felizes em poder comprovar em números como estamos ampliando cada vez mais nosso potencial econômico e consolidando Joinville como um ecossistema de inovação. Isso nos dá insumos para buscarmos conexões com investidores e com o mercado e acelerar ainda mais o desenvolvimento local”, comenta Dionei Domingos, diretor-presidente do Join.Valle.
Para Marcel, o levantamento mostra o amadurecimento da inovação em Joinville, a mobilização para fomentar o polo de inovação e o ecossistema implantado pelo imenso parque empresarial e os polos de inovação.
“Outra informação importante que ficou evidente no levantamento das startups de Joinville, é que agora se reconhece geograficamente porque a gente usou as técnicas de georreferenciamento e conseguiu fazer a espacialização dos polos de desenvolvimento na cidade. A gente vê a região das universidades, a região dos centros de inovação ÁgoraPark e InovaPark, mas também vê a região central com uma grande concentração de startups. A presença das empresas inovadoras no Centro da cidade é um indicador muito positivo”, explica o secretário.