Nesta sexta-feira (19), a partir das 13h30, a Prefeitura de Joinville, por meio da Secretaria de Assistência Social (SAS), realiza a roda de conversa “Diálogos Antirracistas”, em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.
Aberto para toda a comunidade, o evento será virtual, e tem o objetivo de discutir o racismo estrutural – aquele que consiste em um conjunto de práticas, hábitos, situações e falas embutidas nos costumes da sociedade – e como ele está presente no dia a dia.
À frente do debate, estarão três assistentes sociais da equipe da SAS, estudiosos sobre o assunto: Flávia de Brit Garcia, mestre em Estudos Africanos pelo Instituto de Lisboa; Cleiton José Barbosa, presidente do Conselho Municipal da Igualdade Social de Joinville (COMPIR) e coordenador do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) Floresta; e Débora Nunes Barbosa, membro da gerência de Políticas para Igualdade Racial e Imigrantes (GEIRI) da SAS e integrante do Coletivo Negro de Serviço Social Magali da Silva Almeida.
Os interessados em participar devem fazer a inscrição até quinta-feira (18/11). O evento será transmitido pela plataforma Jitsi Meet e poderá ser acessado neste link.
A roda de conversa “Diálogos Antirracistas” é organizada pela Coordenação de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos (MDH), pela Unidade de Fomento à Geração de Emprego e Renda e da coordenação de Gestão do Trabalho da SAS.
Números da desigualdade no Brasil
Em 2019, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou a pesquisa “Desigualdades por Cor ou Raça” que aponta que pretos e pardos representam 56% da população brasileira e têm os piores indicadores de renda, moradia, escolaridade, serviços, entre outros.
O mesmo estudo, realizado em 2018, mostrou que a taxa de analfabetismo entre negros era de 9,1%, cinco pontos percentuais superior à da população branca.
Além disso, o Atlas da Violência 2020, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mostra que a taxa de homicídios entre negros cresceu 11,5% de 2008 a 2018, enquanto a de não negros caiu 12%. Ao todo, os negros somam 75,9% dos assassinados no período, aponta o levantamento. Ou seja, para cada indivíduo não negro morto, a 2,7 negros são assassinados.
Os números ficam ainda mais alarmantes ao analisar os números por faixa etária e gênero: em 2018, 68% das mulheres mortas eram negras. Os homens negros jovens representam mais da metade do número de jovens mortos.