A deputada Luciane Carminatti (PT) foi a terceira participante do projeto “Papo de Ideias”, desenvolvido pela Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira e a Bancada Feminina da Assembleia Legislativa. Ela participou, na tarde desta quinta-feira (24), de uma live com a jornalista Sande Moraes, na qual destacou, entre outros pontos, a sua atuação à frente do mandato parlamentar.
Luciane contou que a vida pública começou ainda nos anos 1990, na condição de servidora de carreira da Prefeitura de Chapecó. Após permanecer quatro anos em uma diretoria de ensino do município, surgiu a proposta de se candidatar a vereadora, em 2000.
“Nunca me imaginei na política”, comentou. “Em virtude desse trabalho na diretoria de ensino, fui convidada a representar a Educação numa candidatura a vereadora. Aceitei o desafio, depois de relutar muito, mas aceitei porque tinha comigo um coletivo grande e forte.”
Em Chapecó, além de vereadora, secretária municipal de Educação e candidata a vice-prefeita, a Luciane participou dos processos de instalação da Udesc na cidade e na construção do projeto que resultou no câmpus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).
“Estou na política em função de duas coisas básicas. Primeiro, porque não é um projeto individual, é coletivo. Muita gente sonhando junto uma política séria, de pautas coletivas. E em segundo, a pauta da Educação. Percebi que não adiantava ser só uma boa professora, a gente precisava se envolver mais na política, porque a política decide a nossa vida”, explicou.
Em 2018, Luciane recebeu a maior votação de uma mulher candidata à Alesc, com mais de 61 mil votos. Para ela, o resultado é fruto do reconhecimento de um trabalho não só relacionado à Educação, mas a outras áreas, como cultura, economia solidária, assistência social e a luta pelo Oeste catarinense. “É uma gratidão e uma responsabilidade enormes”, disse.
Desafios
Na live, Luciane comentou sobre os desafios de conciliar a vida familiar com a correria da vida pública. “Essa é uma vida que eu acabei me acostumando. Mas é muito difícil para nós do Oeste, para as mulheres, ter esse ritmo tão doido se não tiver o apoio da família.”
A parlamentar comentou que já pensou em sair da política, mas sempre recebeu apoio da família para permanecer. “Esse apoio, esse entendimento, esse carinho, mesmo estando distante, é fundamental.”
A participação da mulher na política também foi abordada na live. Para Luciane, o desafio é diário. “Para nós, tem uma provação constante da nossa capacidade. Nos aceitam em algumas áreas, nas sociais, mas quando é para discutir tributos, financiamento, legislação, dá a impressão é que os homens são donos desses terrenos. Sempre falo que é justamente nessas áreas mais desafiadoras que eu quero estar. A gente vai percebendo enquanto mulher o tamanho de nossa capacidade. Tenho dito muitas vezes que a gente tem que vencer o medo que existe dentro de nós, e quando isso ocorre a gente descobre a nossa capacidade”, declarou.
Atuação parlamentar
Luciane comentou sobre as ações desenvolvidas por seu mandato durante a pandemia da Covid-19. Entre elas, estão a garantia do emprego aos professores ACTs, a disponibilização dos kits alimentação para os estudantes e a criação da comissão mista para a revisão do plano de carreira do magistério estadual. A deputada também explicou sobre o funcionamento do Observatório Social da Violência contra a Mulher, que está sendo implantado na Alesc, em parceria com outros órgãos e poderes.
“Papo de Ideias”
O projeto “Papo de Ideias” busca aproximar o Poder Legislativo estadual da sociedade catarinense, por meio de conversas informais com as deputadas, principalmente na questão referente à participação das mulheres na política.
A próxima edição será no dia 8 de julho, às 17 horas, com a deputada Marlene Fengler (PSD). A transmissão será pelo Facebook da Escola e é aberto ao público. Porém, para receber o certificado da palestra, o participante deve se inscrever ou acessar o site escola.alesc.sc.gov.br e clicar no banner “Papo de Ideias”.
