Há quase um ano longe das salas de aulas, os alunos da rede estadual de ensino retomam as atividades nesta quinta-feira, 18, num misto de ansiedade pelo reencontro com colegas, professores e servidores, e apreensão diante do agravamento da pandemia e do ritmo vagaroso da vacinação em Santa Catarina. A decisão da Secretaria de Estado da Educação de igualar as regras para a ocupação das escolas em até 100% da ocupação, independentemente do nível de risco de contágio da Covid-19 acirrou discussões e por pouco não estimulou os professores a deflagrar uma greve justamente a partir desta data.
O sindicato da categoria, o Sinte, forjado em tantas lutas históricas, chegou a anunciar a paralisação a começar nesta quinta-feira. No entanto, em nova assembleia realizada nesta terça-feira, 16, houve um recuou com a suspensão do movimento e ao mesmo tempo um alerta. Nova assembleia acontecerá em 8 de março e até lá segue firme a decisão da Executiva Estadual de exigir vacinação para os trabalhadores da educação, caso contrário a greve será inevitável. E quem conhece e lembra do poder de mobilização do Sinte, é bom não duvidar.
A Secretaria da Educação manteve o calendário, seguindo nos três modelos para atender todos os alunos: 1) 100% presencial nas escolas com infraestrutura adequada para realizar o distanciamento de 1,5 metro exigido entre as carteiras dos alunos; 2) Misto onde não há esta infraestrutura e os alunos serão divididos em dois grupos; 3) 100% online para os cerca de 28 mil alunos da rede estadual que, comprovadamente, fazem parte de grupo de risco para Covid-19.
A volta às aulas está mantida, mesmo com o crescimento dos casos, com a média de 27 mortes/dia, comm o esgotamento do sistema hospitalar e a lentidão da vacinação. A sociedade espera que as autoridades fiscalizem o setor e saibam convencer os alunos a respeitarem as medidas de distanciamento.
E o mandato de Julio Garcia?
A decisão da juíza federal Janaína Cassol Machado em acatar denúncia do MPF, referente à Operação Alcatraz, colocou o deputado estadual Júlio César Garcia, ex-presidente da Alesc, na condição de réu no processo. Além do novo status, ele segue com tornozeleira eletrônica, sem poder deixar a cidade e o país, e fora na Alesc. A Mesa Diretora aguarda o posicionamento do Ministro Edson Fachin, do STF, sobre se Garcia perde ou mantém o mandato. A indefinição se estende ao PSD para saber se Jean Kuhlmann ou Ulisses Gabriel, quem assumirá o gabinete.
Energia no campo
A Secretaria da Agricultura e a Celesc trabalharão juntas para angariar recursos e dar agilidade na distribuição de energia no campo. O Programa Celesc Rural já conta com R$ 181 milhões para substituição de cabos de redes monofásicas nuas por redes monofásicas ou trifásicas com cabos protegidos e serão cerca de 2 mil quilômetros instalados até meados deste ano. Detalhes foram tratados em reunião virtual entre o secretário Altair Silva e o presidente da Celesc, Cleicio Poleto Martins, nesta quarta-feira,17. “ Esse é um requisito básico para que os agricultores sigam investindo em tecnologia e inovação”, ressalta Altair Silva. “A parceria será importante para que o Programa avançar e atender o nosso estado”, destaca Cleicio Poleto Martins.Desenvolvimento Rural, Altair Silva, além do Governador Carlos Moisés.
Leitura
Sobre a polêmica em torno da participação do governo do Estado na obra de duplicação da BR-470, assunto abordado na coluna, leitor pondera se o pano de fundo do posicionamento de deputados contrários à medida não seria meramente político. A leitura é que parlamentares seriam contra a injeção de dinheiro do Estado porque uma eventual “vitória” de Carlos Moisés da Silva em concluir e entregar a obra, uma das mais importantes do Estado, fortaleceria o governador e seu grupo político. Faz sentido.
Digitais
Levantamento realizado pela catarinense IPM Sistemas mostra o impacto da pandemia no uso da tecnologia no setor público. O número de processos digitais abertos via portal ou aplicativo em prefeituras atendidas pela empresa no Sul e Sudeste do País teve crescimento de 255% em 2020. A comparação 2020/2019 indica ainda um aumento de 206% no volume de dados armazenados em nuvem pelos municípios e cidadãos. O uso de assinaturas digitais no setor público municipal cresceu 268% no mesmo período.
Ewaldo Willerding