Em julho, 1 milhão de famílias saem do Bolsa Família por superarem limite de renda

No mês de julho de 2025, cerca de um milhão de famílias brasileiras deixaram de receber o Bolsa Família. A principal razão para o desligamento foi o aumento da renda familiar, conforme informações divulgadas pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

Motivos do desligamento

Do total, aproximadamente 536 mil famílias saíram após atingirem o período de 24 meses previsto pela Regra de Proteção. Essa norma garante que famílias que ultrapassam o valor de R$ 218 por pessoa, mas ainda ganham até meio salário mínimo (R$ 759), continuem recebendo 50% do benefício por até dois anos.

Além disso, cerca de 385 mil famílias foram excluídas do programa por ultrapassarem o limite de renda per capita estabelecido para permanência no Bolsa Família. Essas famílias passaram a ganhar mais do que meio salário mínimo por integrante, o que automaticamente as desclassifica para o recebimento do auxílio.

Outro grupo, não menos significativo, é composto por famílias que pediram desligamento voluntário. Essas pessoas conseguiram melhorar de vida por meio de emprego formal, empreendedorismo ou outras fontes de renda. Um exemplo citado pelo MDS é o de Jaqueline Sousa, que, após conquistar estabilidade financeira, procurou o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) para solicitar sua saída do programa.

Atualização dos cadastros

Desde março de 2025, houve uma integração do Cadastro Único com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), permitindo a atualização automática dos dados das famílias. Esse cruzamento de informações garante maior precisão na avaliação da situação socioeconômica dos beneficiários e possibilita a exclusão mais ágil daqueles que já não se enquadram nas regras do programa.

Retorno Garantido

Mesmo após o desligamento, os ex-beneficiários têm direito ao chamado Retorno Garantido. Isso significa que, caso a situação financeira da família volte a se deteriorar, ela poderá retornar ao programa com prioridade, sem precisar enfrentar uma nova avaliação do zero. Essa medida é parte da política de proteção social adotada para evitar que famílias que conquistaram autonomia retornem à pobreza extrema sem suporte.

Números positivos

Desde 2023, quando o programa passou por uma reformulação, aproximadamente 8,6 milhões de famílias saíram do Bolsa Família por conta do aumento de renda. O governo atribui esse avanço a políticas públicas de estímulo ao emprego, como cursos de capacitação, incentivos ao empreendedorismo e parcerias com o setor produtivo.

Em 2024, por exemplo, foram geradas 1,7 milhão de vagas formais de emprego no Brasil. Destas, 98,8% foram preenchidas por pessoas inscritas no Cadastro Único e, entre elas, 75,5% estavam no Bolsa Família.

Além disso, dados do governo indicam que, apenas em 2023, cerca de 24,4 milhões de brasileiros deixaram a condição de insegurança alimentar grave. Isso é resultado da ampliação de programas sociais, da valorização do salário mínimo e do fortalecimento da agricultura familiar.

Reformulação do programa

Entre as principais mudanças implementadas no Bolsa Família nos últimos anos estão a criação da Regra de Proteção, o benefício do Retorno Garantido e a modernização dos sistemas de cadastro e cruzamento de dados. O objetivo dessas ações é garantir que o benefício chegue a quem realmente precisa e que famílias em ascensão econômica possam se desligar do programa com segurança e dignidade.

Declaração oficial

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, comemorou os resultados. Segundo ele, o desligamento de tantas famílias em julho representa um avanço significativo na luta contra a pobreza. “São quase um milhão de famílias superando a pobreza neste mês. Isso é fruto de um trabalho de qualificação profissional, de apoio ao empreendedorismo. O povo do Bolsa Família quer trabalhar, quer emprego decente, quer ajudar o Brasil a crescer”, afirmou.

O cenário atual mostra um avanço importante no combate à pobreza, mas o governo reforça que continuará atento às famílias em situação de vulnerabilidade. O Bolsa Família permanece como um instrumento essencial para garantir direitos básicos e oferecer oportunidades para que milhões de brasileiros possam sair da pobreza de forma sustentável.

Maurício Freitas
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Publicado Por: Maurício Freitas, jornalista e Editor-Chefe responsável pelo SC Hoje. Com mais de 30 anos de experiência na comunicação em diversas regiões do Brasil, dedica-se a levar informação de qualidade e relevância para Santa Catarina. [Conheça a trajetória completa de Maurício Freitas na página EDITOR CHEFE

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