Pela movimentação das duas últimas semanas, se o tempo estiver bom, a movimentação no Dia de Finados deve voltar a ser tão intensa quanto antes da pandemia. Cerca de 10 mil pessoas passaram pelo Cemitério São Francisco nas duas últimas semanas para limpar e arrumar os túmulos de familiares.
Sábado (2), a estimativa é que 25 mil pessoas visitem o cemitério do Itacorubi, 5 mil compareçam ao São Cristóvão, no Continente, e 12 mil nos demais cemitérios. Com essa estimativa de 42 mil pessoas nos 13 cemitérios municipais, a movimentação no Dia de Finados na Capital deve superar aquela registrada nos últimos cinco anos.
Com o trabalho de reeducandos do sistema prisional, a Prefeitura de Florianópolis tem conseguido manter os cemitérios roçados, limpos e livres de focos de endemias durante o ano inteiro. Agora, para dar suporte à limpeza que as famílias costumam fazer nos jazigos, foram providenciadas caixas estacionárias para resíduos, água para lavação dos túmulos e sanitários móveis.
“Todos os cemitérios contam com serviços regulares de manutenção e limpeza e estimulamos as famílias a frequentá-los o ano inteiro, ajudando a cuidar desses equipamentos públicos”, aponta o secretário municipal de Limpeza e Manutenção Urbana, Ivan Luiz Ceola Schneider.
Para evitar vetores de doenças, a recomendação é acabar com a água parada, fazendo furos nos vasos ou substituindo-os por velas. Para evitar o acúmulo de água, além de furar vasos e porta-velas, não utilizar plantas que acumulem líquidos, como bromélias, retirar as embalagens plásticas e de celofane dos arranjos de flores e retirar os pratinhos dos vasos de planta.
SERVIÇO
Dia de Finados os 13 cemitérios municipais operam com horário estendido, das 7h às 19h
Cemitério São Francisco de Assis
Todos os dias, abertura 7h e fechamento do portão 17h
Atendimento Administração
- segunda a sexta 8h às 12h e 13h às 17h
- final de semana e feriado 8h às 12h e 13h às 16h
- (48) 3238 9175
- Atendimento presencial sobre títulos de aforamento e regularização de jazigos às quartas e quintas das 8h às 12h e das 13h às 17h.
Demais cemitérios municipais abrem às 8h e fecham às 17h
SOBRE LIMPEZA
Os cemitérios municipais estão roçados e limpos o ano todo. A limpeza dos jazigos pelos familiares ou particulares remunerados pelas famílias já está ocorrendo nas duas semanas que antecedem o Dia de Finados. Os cemitérios municipais disponibilizam contentores para resíduos, água para lavação e sanitários móveis. A responsabilidade pela limpeza dos túmulos é das famílias. Em Florianópolis, quem não teve tempo de providenciar a limpeza, poderá fazê-la no sábado.
CLIQUE AQUI para acessar localização dos cemitérios de Florianópolis
Quase centenário
O Cemitério São Francisco de Assis, no Itacorubi, é o maior cemitério de Santa Catarina tem 98 mil metros quadrados, 35 mil jazigos e mais de 76 mil pessoas sepultadas.
Hoje são registrados entre 400 e 450 óbitos por mês na capital. Em torno de 100 sepultamentos são encaminhados para fora da cidade, os demais ocorrem no município.
Reconstruindo Vidas
A Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa (SAP) e a Prefeitura de Florianópolis firmaram parceria em dezembro de 2023 para desenvolvimento da atividade laboral como ferramenta de ressocialização, uma das principais metas do Governo do Estado para o sistema prisional catarinense.
Os reeducandos estão em fase avançada de ressocialização. São do regime semiaberto e cumprem jornada de trabalho de oito horas por dia. Em troca, alcançam remissão de pena de um dia a cada três trabalhados e remuneração de R$ 1,3 mil por mês, informa o secretário-adjunto da Limpeza Pública e Manutenção Urbana, Oscar Vasques Filho.
Pelo projeto Reconstruindo Vidas, até 31 reeducandos da Penitenciária de Florianópolis podem colaborar com a limpeza pública da Capital. Hoje, 11 reeducandos atuam no cemitério, seis na limpeza e manutenção com atividade de roçagem, três na função de coveiro e dois em serviços administrativos. Já foi solicitado maior número de reeducandos, informa Vinicius Mateus de Oliveira, chefe da Divisão Operacional de Cemitérios.
O Cemitério do Itacorubi também conta com a colaboração de 30 pessoas do Programa de Prestação de Serviço à Comunidade (PSC). Os reeducandos, da Penitenciária e da Central de Penas e Medidas Alternativas, contribuem conforme disponibilidade e aptidão e tem sido essenciais para roçar e limpar, zerando os focos de mosquito, e até para digitalizar os registros e livros, reconhece Luiz Dorizete Pinto, chefe do Departamento Operacional de Cemitérios.
“Presença familiar”
Em novembro de 1925, o Cemitério do Itacorubi completa 100 anos. Sua história está registrada em 70 livros que estão em processo de digitalização. Assim como estão sendo inventariados os registros em outros 40 livros referentes aos demais cemitérios municipais.
“O cemitério não é lugar só de dor, aqui os pássaros também cantam”, costuma dizer Dorizete, ao convidar as famílias a frequentar o espaço em outros períodos do ano.
O quase centenário Cemitério São Francisco tem como maior desafio a falta de regularização de documentos. Para superar isso, é importante que as pessoas verifiquem o título de posse. “Muitas famílias ignoram a necessidade de regularizar o aforamento. Há títulos que foram providenciados pelo avô, por exemplo. Se este já morreu, precisam comparecer e tornar outro membro da família apto a autorizar situação relacionada ao cemitério”.
Para visitar sempre
“Cemitérios são locais de memória pessoal e cultural, queremos que as pessoas possam visitá-los com segurança em Florianópolis”, comenta Dorizete. A ideia é que o ambiente seja tão bem cuidado que incentive a expressão do luto e a celebração da memória dos falecidos.
Em muitas cidades fora do Brasil, aliás, observa Laura Brueckheimer dos Santos, da Associação do Cemitério da Comunidade Alemã de Florianópolis (Accaf), os cemitérios são usados como jardins ou parques. “As pessoas comem suas marmitas, tomam sol entre um turno e outro de trabalho. Aqui no Itacorubi tem tanta gente no entorno, mas falta esse costume de frequentar e valorizar o cemitério como espaço de afeto, memória e cultura”, sugere Laura.
Ao contrário, lamenta a empresária e voluntária na Accaf, o esforço é para que a sociedade pare de abandonar seus mortos. “Não são os gestores e a prefeitura que abandonam os entes, mas sim as pessoas, os familiares. Esse abandono conta muito na gestão de todos os cemitérios, não só particulares, como públicos”, afirma Laura.
Passo a passo para sepultamento
_Declaração de óbito_
Obter a declaração de óbito, atestado médico emitido pelo hospital. Se a morte ocorrer em casa, sem médico presente, deve ser acionado serviço de saúde como Samu ou Corpo de Bombeiros. Em caso de morte violenta ou na rua, o corpo precisa passar pelo Instituto Médico Legal (IML), que emite o atestado.
_Central de Atendimento de Óbitos_
Com a declaração, procurar a Central de Óbitos para obter a Guia de Autorização para Liberação de Sepultamento de Corpos (Galsc). A Central localiza-se na Rua Pastor William Richard Schisler Filho, 296, em frente ao Cemitério do Itacorubi. O atendimento é ininterrupto, todos os dias, incluídos finais de semana e feriados. Contato 0800 234 1777.
Os serviços funerários compreendem venda de urna, translado, organização do velório e cortejo, embalsamento e preparação do corpo. As famílias são desobrigadas a contratar ornamentação de urnas funerárias.
_Administração do Cemitério Itacorubi_
Com a Guia de Autorização para Liberação de Sepultamento de Corpos (Galsc), procurar a administração do Cemitério do Itacorubi.
Se a família tiver jazigo, já começa a preparação para abrir a sepultura e é marcado o horário do sepultamento.
Caso não tenha título de cessão do espaço, a família terá de providenciar o aforamento no portal de serviços da PMF (serviço 4729) https://www.pmf.sc.gov.br/servicos/index.php?pagina=servpagina&id=4729
As lápides são fornecidas por empresas terceirizadas. A administração do Cemitério, quando solicitada, passa contatos para a família fazer orçamento.
Quanto custa para sepultar
Hoje, o morador precisa de R$ 1.064,15 para sepultar familiar por 30 anos em quadra comum no Cemitério do Itacorubi. Para abrir jazigo, é obrigatório comparecer à administração do cemitério depois de ter passado pela Central de Óbitos. A cessão deixou de ser perpétua e passou a valer por 30 anos.
A taxa de R$ 1.064,15 é praticada em quadra comum no Cemitério São Francisco e no São Cristóvão, de Coqueiros. Nas alamedas do São Francisco, o custo sobe para e R$ 1.532,00. Nos demais cemitérios municipais, a concessão de uso por 30 anos custa R$ 532,29.
Venda de túmulos por terceiros é ilegal
Para evitar abandono e falta de espaço para novas sepulturas, a administração do Cemitério São Francisco tem regularizado os registros de propriedade. Quem tem aforamento (pagou pelo espaço) garante o direito de sepultar quem precisar no prazo de 30 anos. Depois disso, perde a cessão. Pode até passar a propriedade para parente em primeiro grau, mediante novo pagamento de cessão de uso.
O comércio de jazigos nos cemitérios municipais por terceiros é clandestino e ilegal. A Prefeitura de Florianópolis orienta que o cidadão não compre títulos de posse de terceiros porque não terão validade.
Interesse público
“Nos cemitérios municipais não podemos manter espaços vazios se há famílias com urgência para sepultar um ente. Aqui é diferente dos privados, onde a pessoa compra para o dia que precisar. Aqui prevalece o interesse público”, explica André Brida, diretor de Gestão de Óbitos e Cemitérios.
Pela mesma razão, não tem valor ou reconhecimento pela administração do cemitério, eventual venda de espaço por antigos proprietários que tenham optado pela exumação e cremação de restos mortais.
“O critério é bem simples: não se pode manter espaço vazio no Cemitério do Itacorubi e só se disponibiliza espaço mediante sepultamento. É assim que tentamos inibir negócios à revelia da administração formal dos cemitérios”, esclarece ele.
Nos casos em que os proprietários compraram títulos de concessão no passado e não fizeram sepultamentos, a administração recomenda que o aforamento seja validado. Também pessoas que compraram, mas não têm documento devem comparecer.
Para isso, a administração do Cemitério São Francisco oferece atendimento presencial às quartas e quintas das 8h às 12h e das 13h às 17h.
Quando família não tem recursos
Famílias cujos membros tenham renda familiar não superior a meio salário mínimo per capita e inscrição atualizada no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) são atendidas na Central de Óbitos que as encaminha para os serviços funerários gratuitos. Têm direito a urna mortuária, preparação do corpo, translado funerário dentro do município, capela para o velório, isenção da taxa de sepultamento e gaveta dentro do cemitério, conforme Lei 11.015 de 28 de junho de 2023.
A administração do Cemitério do Itacorubi, mediante entrega do documento da Central de Óbitos, disponibiliza gaveta para sepultamento. A família tem até três anos para definir o destino que dará ao corpo. Pode decidir comprar espaço nesse período ou, se não for possível, os restos mortais serão encaminhados para o ossuário.
A medida é necessária para abrir espaço a novos sepultamentos de pessoas sem condições de pagar o aforamento.
No caso em que a família de baixa renda não tenha inscrição atualizada no CadÚnico, a funerária tem sete dias para informar à Secretaria de Assistência Social. O Cras (Centro de Referência de Assistência Social) tem 60 dias para atender o pedido. Caso não seja comprovada a condição de baixa renda, a família tem sete meses para regularizar o custo da funerária.
*Cemitérios municipais de Florianópolis já estão prontos para Dia de Finados*
_Movimentação indica que visitação no feriado vai voltar a ser intensa como antes da pandemia_
Pela movimentação das duas últimas semanas, se o tempo estiver bom, a movimentação no Dia de Finados deve voltar a ser tão intensa quanto antes da pandemia. Cerca de 10 mil pessoas passaram pelo Cemitério São Francisco nas duas últimas semanas para limpar e arrumar os túmulos de familiares.
Sábado (2), a estimativa é que 25 mil pessoas visitem o cemitério do Itacorubi, 5 mil compareçam ao São Cristóvão, no Continente, e 12 mil nos demais cemitérios. Com essa estimativa de 42 mil pessoas nos 13 cemitérios municipais, a movimentação no Dia de Finados na Capital deve superar aquela registrada nos últimos cinco anos.
Com o trabalho de reeducandos do sistema prisional, a Prefeitura de Florianópolis tem conseguido manter os cemitérios roçados, limpos e livres de focos de endemias durante o ano inteiro. Agora, para dar suporte à limpeza que as famílias costumam fazer nos jazigos, foram providenciadas caixas estacionárias para resíduos, água para lavação dos túmulos e sanitários móveis.
“Todos os cemitérios contam com serviços regulares de manutenção e limpeza e estimulamos as famílias a frequentá-los o ano inteiro, ajudando a cuidar desses equipamentos públicos”, aponta o secretário municipal de Limpeza e Manutenção Urbana, Ivan Luiz Ceola Schneider.
Para evitar vetores de doenças, a recomendação é acabar com a água parada, fazendo furos nos vasos ou substituindo-os por velas. Para evitar o acúmulo de água, além de furar vasos e porta-velas, não utilizar plantas que acumulem líquidos, como bromélias, retirar as embalagens plásticas e de celofane dos arranjos de flores e retirar os pratinhos dos vasos de planta.
*SERVIÇO*
*Dia de Finados os 13 cemitérios municipais operam com horário estendido, das 7h às 19h*
_Cemitério São Francisco de Assis_
Todos os dias, abertura 7h e fechamento do portão 17h
_Atendimento Administração_
*segunda a sexta 8h às 12h e 13h às 17h*
*final de semana e feriado 8h às 12h e 13h às 16h*
(48) 3238 9175
_*Atendimento presencial sobre títulos de aforamento e regularização de jazigos às quartas e quintas das 8h às 12h e das 13h às 17h.*_
_*Demais cemitérios municipais abrem às 8h e fecham às 17h*_
SOBRE LIMPEZA
Os cemitérios municipais estão roçados e limpos o ano todo. A limpeza dos jazigos pelos familiares ou particulares remunerados pelas famílias já está ocorrendo nas duas semanas que antecedem o Dia de Finados. Os cemitérios municipais disponibilizam contentores para resíduos, água para lavação e sanitários móveis. A responsabilidade pela limpeza dos túmulos é das famílias. Em Florianópolis, quem não teve tempo de providenciar a limpeza, poderá fazê-la no sábado.
LOCALIZAÇÃO
Siga o link para ver a localização dos cemitérios de Florianópolis https://www.pmf.sc.gov.br/entidades/smlmu/index.php?cms=localizacao+dos+cemiterios&menu=4&submenuid=2720
_Matéria completa em www.pmf.sc.gov.br/entidades/smlmu_
*Quase centenário*
O Cemitério São Francisco de Assis, no Itacorubi, é o maior cemitério de Santa Catarina tem 98 mil metros quadrados, 35 mil jazigos e mais de 76 mil pessoas sepultadas.
Hoje são registrados entre 400 e 450 óbitos por mês na capital. Em torno de 100 sepultamentos são encaminhados para fora da cidade, os demais ocorrem no município.
*Reconstruindo Vidas*
A Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa (SAP) e a Prefeitura de Florianópolis firmaram parceria em dezembro de 2023 para desenvolvimento da atividade laboral como ferramenta de ressocialização, uma das principais metas do Governo do Estado para o sistema prisional catarinense.
Os reeducandos estão em fase avançada de ressocialização. São do regime semiaberto e cumprem jornada de trabalho de oito horas por dia. Em troca, alcançam remissão de pena de um dia a cada três trabalhados e remuneração de R$ 1,3 mil por mês, informa o secretário-adjunto da Limpeza Pública e Manutenção Urbana, Oscar Vasques Filho.
Pelo projeto Reconstruindo Vidas, até 31 reeducandos da Penitenciária de Florianópolis podem colaborar com a limpeza pública da Capital. Hoje, 11 reeducandos atuam no cemitério, seis na limpeza e manutenção com atividade de roçagem, três na função de coveiro e dois em serviços administrativos. Já foi solicitado maior número de reeducandos, informa Vinicius Mateus de Oliveira, chefe da Divisão Operacional de Cemitérios.
O Cemitério do Itacorubi também conta com a colaboração de 30 pessoas do Programa de Prestação de Serviço à Comunidade (PSC). Os reeducandos, da Penitenciária e da Central de Penas e Medidas Alternativas, contribuem conforme disponibilidade e aptidão e tem sido essenciais para roçar e limpar, zerando os focos de mosquito, e até para digitalizar os registros e livros, reconhece Luiz Dorizete Pinto, chefe do Departamento Operacional de Cemitérios.
*“Presença familiar”*
Em novembro de 1925, o Cemitério do Itacorubi completa 100 anos. Sua história está registrada em 70 livros que estão em processo de digitalização. Assim como estão sendo inventariados os registros em outros 40 livros referentes aos demais cemitérios municipais.
“O cemitério não é lugar só de dor, aqui os pássaros também cantam”, costuma dizer Dorizete, ao convidar as famílias a frequentar o espaço em outros períodos do ano.
O quase centenário Cemitério São Francisco tem como maior desafio a falta de regularização de documentos. Para superar isso, é importante que as pessoas verifiquem o título de posse. “Muitas famílias ignoram a necessidade de regularizar o aforamento. Há títulos que foram providenciados pelo avô, por exemplo. Se este já morreu, precisam comparecer e tornar outro membro da família apto a autorizar situação relacionada ao cemitério”.
*Para visitar sempre*
“Cemitérios são locais de memória pessoal e cultural, queremos que as pessoas possam visitá-los com segurança em Florianópolis”, comenta Dorizete. A ideia é que o ambiente seja tão bem cuidado que incentive a expressão do luto e a celebração da memória dos falecidos.
Em muitas cidades fora do Brasil, aliás, observa Laura Brueckheimer dos Santos, da Associação do Cemitério da Comunidade Alemã de Florianópolis (Accaf), os cemitérios são usados como jardins ou parques. “As pessoas comem suas marmitas, tomam sol entre um turno e outro de trabalho. Aqui no Itacorubi tem tanta gente no entorno, mas falta esse costume de frequentar e valorizar o cemitério como espaço de afeto, memória e cultura”, sugere Laura.
Ao contrário, lamenta a empresária e voluntária na Accaf, o esforço é para que a sociedade pare de abandonar seus mortos. “Não são os gestores e a prefeitura que abandonam os entes, mas sim as pessoas, os familiares. Esse abandono conta muito na gestão de todos os cemitérios, não só particulares, como públicos”, afirma Laura.
*Passo a passo para sepultamento*
_Declaração de óbito_
Obter a declaração de óbito, atestado médico emitido pelo hospital. Se a morte ocorrer em casa, sem médico presente, deve ser acionado serviço de saúde como Samu ou Corpo de Bombeiros. Em caso de morte violenta ou na rua, o corpo precisa passar pelo Instituto Médico Legal (IML), que emite o atestado.
_Central de Atendimento de Óbitos_
Com a declaração, procurar a Central de Óbitos para obter a Guia de Autorização para Liberação de Sepultamento de Corpos (Galsc). A Central localiza-se na Rua Pastor William Richard Schisler Filho, 296, em frente ao Cemitério do Itacorubi. O atendimento é ininterrupto, todos os dias, incluídos finais de semana e feriados. Contato 0800 234 1777.
Os serviços funerários compreendem venda de urna, translado, organização do velório e cortejo, embalsamento e preparação do corpo. As famílias são desobrigadas a contratar ornamentação de urnas funerárias.
_Administração do Cemitério Itacorubi_
Com a Guia de Autorização para Liberação de Sepultamento de Corpos (Galsc), procurar a administração do Cemitério do Itacorubi.
Se a família tiver jazigo, já começa a preparação para abrir a sepultura e é marcado o horário do sepultamento.
Caso não tenha título de cessão do espaço, a família terá de providenciar o aforamento no portal de serviços da PMF (serviço 4729) https://www.pmf.sc.gov.br/servicos/index.php?pagina=servpagina&id=4729
As lápides são fornecidas por empresas terceirizadas. A administração do Cemitério, quando solicitada, passa contatos para a família fazer orçamento.
*Quanto custa para sepultar*
Hoje, o morador precisa de R$ 1.064,15 para sepultar familiar por 30 anos em quadra comum no Cemitério do Itacorubi. Para abrir jazigo, é obrigatório comparecer à administração do cemitério depois de ter passado pela Central de Óbitos. A cessão deixou de ser perpétua e passou a valer por 30 anos.
A taxa de R$ 1.064,15 é praticada em quadra comum no Cemitério São Francisco e no São Cristóvão, de Coqueiros. Nas alamedas do São Francisco, o custo sobe para e R$ 1.532,00. Nos demais cemitérios municipais, a concessão de uso por 30 anos custa R$ 532,29.
*Venda de túmulos por terceiros é ilegal*
Para evitar abandono e falta de espaço para novas sepulturas, a administração do Cemitério São Francisco tem regularizado os registros de propriedade. Quem tem aforamento (pagou pelo espaço) garante o direito de sepultar quem precisar no prazo de 30 anos. Depois disso, perde a cessão. Pode até passar a propriedade para parente em primeiro grau, mediante novo pagamento de cessão de uso.
O comércio de jazigos nos cemitérios municipais por terceiros é clandestino e ilegal. A Prefeitura de Florianópolis orienta que o cidadão não compre títulos de posse de terceiros porque não terão validade.
*Interesse público*
“Nos cemitérios municipais não podemos manter espaços vazios se há famílias com urgência para sepultar um ente. Aqui é diferente dos privados, onde a pessoa compra para o dia que precisar. Aqui prevalece o interesse público”, explica André Brida, diretor de Gestão de Óbitos e Cemitérios.
Pela mesma razão, não tem valor ou reconhecimento pela administração do cemitério, eventual venda de espaço por antigos proprietários que tenham optado pela exumação e cremação de restos mortais.
“O critério é bem simples: não se pode manter espaço vazio no Cemitério do Itacorubi e só se disponibiliza espaço mediante sepultamento. É assim que tentamos inibir negócios à revelia da administração formal dos cemitérios”, esclarece ele.
Nos casos em que os proprietários compraram títulos de concessão no passado e não fizeram sepultamentos, a administração recomenda que o aforamento seja validado. Também pessoas que compraram, mas não têm documento devem comparecer.
Para isso, a administração do Cemitério São Francisco oferece atendimento presencial às quartas e quintas das 8h às 12h e das 13h às 17h.
*Quando família não tem recursos*
Famílias cujos membros tenham renda familiar não superior a meio salário mínimo per capita e inscrição atualizada no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) são atendidas na Central de Óbitos que as encaminha para os serviços funerários gratuitos. Têm direito a urna mortuária, preparação do corpo, translado funerário dentro do município, capela para o velório, isenção da taxa de sepultamento e gaveta dentro do cemitério, conforme Lei 11.015 de 28 de junho de 2023.
A administração do Cemitério do Itacorubi, mediante entrega do documento da Central de Óbitos, disponibiliza gaveta para sepultamento. A família tem até três anos para definir o destino que dará ao corpo. Pode decidir comprar espaço nesse período ou, se não for possível, os restos mortais serão encaminhados para o ossuário.
A medida é necessária para abrir espaço a novos sepultamentos de pessoas sem condições de pagar o aforamento.
No caso em que a família de baixa renda não tenha inscrição atualizada no CadÚnico, a funerária tem sete dias para informar à Secretaria de Assistência Social. O Cras (Centro de Referência de Assistência Social) tem 60 dias para atender o pedido. Caso não seja comprovada a condição de baixa renda, a família tem sete meses para regularizar o custo da funerária.