A partir do próximo mês de março, cidadãos que moram sozinhos terão um pouco mais de dificuldade para conseguir uma vaga no programa Bolsa Família. O Governo Federal sinalizou que vai analisar os dados destas pessoas com mais rigor para evitar uma explosão de cadastros como estes.
Nos últimos seis meses de 2022, o número de famílias unipessoais cresceu vertiginosamente no ano passado. A suspeita do Governo é de que tais cidadãos tenham feito este processo de maneira artificial, apenas com o objetivo de receber mais de um auxílio dentro de uma mesma família, prática considerada fraudulenta.
Contudo, este não é o único motivo do maior rigor. Membros do Governo Federal afirmam também que famílias mais numerosas deverão ser prioridade no processo de seleção. A avaliação geral é de que, com mais bocas para alimentar, estes núcleos familiares estariam precisando mais da ajuda do poder executivo.
Nada disto significa que o Governo vai impedir a entrada de pessoas que residem sozinhas. Desde que o cidadão cumpra todas as regras de entrada, ele poderá seguir recebendo o benefício social. A ideia é apenas aumentar o rigor para evitar que novas fraudes neste sentido sigam acontecendo.
O Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome afirma que, de fato, existem pessoas que residem sozinhas e precisam do dinheiro. É o caso, por exemplo, de um aposentado que morava com a sua esposa e depois da morte da companheira, passou a morar sozinho. Este é um exemplo comum no país. A pasta afirma que é preciso ter cuidado para não penalizar estas pessoas.
Pente-fino
Desde o início de fevereiro, o Governo Federal iniciou um processo de pente-fino nas contas do Cadúnico. A ideia é encontrar casos de cidadãos que estariam recebendo o dinheiro do Bolsa Família de maneira fraudulenta.
O foco principal deste pente-fino está justamente nas famílias unipessoais. O Governo está reavaliando cada caso para descobrir quem realmente mora sozinho, e quem se separou artificialmente apenas com o objetivo de receber mais de um auxílio de uma só vez.
Pela projeção de membros do Governo Federal, a ideia é que até 2,5 milhões de pessoas possam perder o direito de receber o Bolsa Família. Hoje, o programa atende pouco mais de 21,8 milhões de cidadãos.
Saída voluntária do Bolsa Família
Pessoas que sabem que estão em situação de irregularidade podem se antecipar ao governo e sair do projeto voluntariamente. Para tanto, não é necessário sair da casa. Basta pedir a sua exclusão no sistema do app oficial do Cadúnico.
Desde a última semana, o Ministério inseriu esta opção no aplicativo oficial. Se desejar, o cidadão também pode pedir para sair do projeto através do site do Cadúnico na internet, ou mesmo presencialmente em uma sede de um Centro de Referência em Assistência Social (CRAS).
Quem pedir para sair do programa, não receberá punição e terá o direito de retornar ao Cadúnico junto com a sua família, apresentando informações verdadeiras, e renovando as suas chances de voltar a receber o benefício.