Pela primeira vez na história da nossa Democracia, o Brasil acompanha – e até participa – pelos meios de comunicação e principalmente pelas redes sociais, a campanha das prévias para a presidência da República do PSDB. As prévias serão dia 21 de novembro e, fazendo jus à sua tradição histórica, o partido utiliza o instrumento democrático da apresentação de propostas e do voto na urna para mostrar à Nação qual é o seu projeto de futuro para o nosso país. Assim fazem nos EUA os partidos Republicano e Democrata – e, neste caso, empolgam o mundo pela televisão e pela internet com esse salutar e essencial exercício democrático.
Aqui não vai ser diferente: a partir do dia 19 deste mês começa em rede nacional, inclusive pela Globo, a série de cinco debates entre os pré-candidatos do PSDB à presidência – hoje, são três excelentes nomes: os governadores João Doria, de São Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio. Ou seja, os tucanos vão empolgar os brasileiros e, de uma maneira ou de outra, mesmo eleitores de que hoje preferem outras siglas acabarão por conhecer as propostas do PSDB para o Brasil e até, eventualmente, pender por este ou aquele pré-candidato tucano.
Por causa do ineditismo da iniciativa, tenho constatado, tanto na imprensa quanto nas redes sociais, um certo espanto e até reatividade às prévias, como se o certo fosse fazer como os demais partidos, que têm “donos” e escolhem seus candidatos sem submetê-los a qualquer tipo de prova pública ou mesmo interna da sigla.
No caso da imprensa, jornalistas não lá muito criativos – e que até banalizam as prévias como se fossem coisa corriqueira no Brasil – volta e meia reprisam o surrado trocadilho “os tucanos subiram no muro”. Pode ser engraçadinho, mas nada mais longe da verdade. Tudo o que os tucanos não estão fazendo é ficar em cima do muro.
Pelo contrário: desceram do muro para se apresentar ao Brasil da forma mais clara, transparente e contundente. Hoje, na verdade, os outros partidos é que estão em cima do muro, esperando para ver o que vai dar das prévias do PSDB, porque eles sabem que dali vai sair um dos candidatos que irão ao segundo turno depois da votação no dia 2 de outubro de 2022 – se houver segundo turno.
Porém, como tucano, me causa surpresa que até mesmo dentro do partido algumas lideranças venham considerando que as prévias não são salutares e podem dividir a sigla. Nada mais equivocado. Até hoje, o Brasil só teve duas prévias e, é claro, elas foram realizadas pelo PSDB; para prefeito de São Paulo, em 2016, e para governador do estado paulista, em 2018. Em ambas o partido saiu mais forte e, com João Doria, ganhou ambas eleições. Das prévias de 2016, ficou uma lição de união partidária: João Doria chamou o saudoso Bruno Covas, que havia disputado as prévias com ele, para ser seu vice, em chapa pura. E eles ganharam, no primeiro turno, do PT do então prefeito Fernando Haddad, isso com Dilma presidente e Lula solto.
É claro que, como em toda disputa, haverá cicatrizes no dia 22 de novembro. Mas essas feridas, próprias da Democracia, tenho certeza serão curadas em nome da união nacional do PSDB para voltar a salvar o Brasil, assim como fez em 1994 com o presidente Fernando Henrique Cardoso e o Plano Real, que extirpou o grande câncer nacional, a inflação, e colocou o país no rumo certo.
As prévias se transformam, inclusive, em campanha para o PSDB em todo o Brasil, um ano antes das eleições de 2022. Nos últimos anos, nunca se falou tanto do partido. E assim os brasileiros vão conhecer quem sabe governar de verdade.
Da minha parte, já revelei aqui minha preferência e meu trabalho a favor de João Doria, que faz um governo excepcional em São Paulo – e que, com certeza, é hoje a principal referência do que o PSDB precisa fazer no Brasil a partir de janeiro de 2023. Eduardo Leite e Arthur Virgílio também vão colocar suas propostas. Afinal, eles já mostraram capacidade de gestão e podem contribuir no Plano de Governo do PSDB para o país, a ser apresentado à Nação no ano que vem.
Aos que desdenham ou que receiam as prévias, é preciso deixar uma mensagem: a Democracia brasileira será aperfeiçoada em 21 de novembro de 2021 e, um dia, os outros partidos ainda farão uso do voto para escolher os seus candidatos.
Afinal, como diz o escritor e pensador Hélio Ramos de Oliveira, “as escolhas na hora do voto definem as nossas verdades”.
Vinicius Lummertz – Secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo e ex-ministro do Turismo