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Família de jovem que morreu esmagado por três chapas de ferro no Oeste de Santa Catarina aguardará 8 meses por audiência


Dailon Schreider faleceu há cinco meses e nova audiência de instrução na Justiça entre empresa e familiares da vítima está marcada para o dia 4 de maio de 2022.

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Oito meses de espera. Esse é o tempo previsto para a nova audiência, marcada para 4 de maio de 2022, entre os familiares de Dailon Schreider, que morreu há quase cinco meses, e os representantes da empresa onde ele trabalhava, localizada no município de Arabutã, no Oeste catarinense. Na ultima segunda-feira houve audiência de conciliação, mas nenhuma tentativa de conciliação foi colocada à mesa pela empresa, de acordo com a família, para que as partes chegassem a um consenso. A audiência desta segunda-feira reviveu o drama da família no dia 27 de abril, quando o jovem de 20 anos foi atingido por uma chapa de ferro de 1,5 tonelada no local onde trabalhava, a Pavan, que constrói câmeras frigoríficas. Dailon era encarregado de manuseio dos painéis de ferro, que eram usados para compor as laterais das câmaras frigoríficas. No momento do acidente, ele estava fazendo a tarefa com ajuda de colegas de trabalho, quando as chapas escorregaram, atingindo sua cabeça e ocasionando sua morte. Dailon não resistiu e faleceu antes mesmo de receber o socorro médico.

O advogado Eduardo Lemos Barbosa, especialista em Direito da Família e indenizações, foi contratado pela família e entrou com uma ação de indenização por danos morais e materiais para os familiares, como prevê a legislação. Ele disse que o resultado da primeira audiência representa “um desafio porque muitas coisas adversas aconteceram”. Segundo o advogado Eduado Barbosa, o caso fica ainda mais complexo pela falta de apoio da empresa. “O mais triste é que a empresa não prestou auxílio material ou emocional e o caso poderia ter sido evitado. É um trabalhador que morre de maneira precoce por erro de zelo da empresa. Um acidente de trabalho que está matando 4 a 5 brasileiros por dia”, comentou.

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O irmão da vítima, Renan Schereider, lamentou o tempo de espera para que a família receba o apoio necessário da empresa. Somando o tempo do acidente com o da próxima audiência, serão 13 meses. Ele lembrou que “a insegurança na empresa” pela falta de equipamentos de proteção já teria sido alertada por Dailon. Oito dias antes do acidente, a vítima teria, segundo Renan, avisado a seu supervisor de que uma chapa havia caído e que haveria o perigo de cair outra, mas nenhuma providência, segundo teria relatado à época a vítima ao irmão, teria sido tomada. Segundo o Renan, a falta de equipamentos de proteção individual (EPI’s) seria um dos principais medos de Dailon. “E o pior acabou acontecendo: um acidente fatal com meu irmão”.

Dailon tinha completado 20 anos no dia 21 de abril, e era um jovem entusiasmado com a vida e principalmente com o futuro. Com a rotina costumeira, ele e os familiares eram muito próximos, se viam diariamente e tinham a união como princípio fundamental. O pai de Dailon, Aldir, traduz a saudade com tristeza pela partida do filho de maneira tão trágica: “(A família) não é mais completa, falta uma peça, nunca será completa”, lamenta.

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A morte mexeu muito com a família: mesmo após esses meses, a saudade do jovem é grande. Os familiares sentem falta de sua convivência e lembram de Dailon como um menino cheio de sonhos, ainda sem acreditar no que aconteceu. “Parece que foi ontem. Na parte da manhã, tomamos o café junto às 06h30, antes de ir trabalhar. Ele era o irmão mais novo da família, que tinha todo futuro pela frente , o sorriso dele encantava por onde ele passava!”, relatou Renan, que afirmou ainda ter muita raiva da falta de segurança da empresa, mas diz que as lembranças das festas, dos jogos e da família reunida aos finais de semana vão sempre permanecer no coração de todos.

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Redação SC Hoje
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