O deputado Neodi Saretta (PT) trabalha em duas frentes com o objetivo de equacionar a falta de servidores do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Na manhã desta quarta-feira (30), na Comissão de Saúde da Alesc, aprovou requerimento para a realização de audiência pública para debater com entidades e representantes da sociedade catarinense mecanismos para resolver o problema.
À tarde, na sessão plenária, apresentou proposição para o secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia para a realização de concurso público para a contratação de pessoal para atender as demandas das agências do INSS em Santa Catarina.
Segundo Saretta, não dá para ficar defendendo o esvaziamento das empresas públicas com “a velha alegação de que tem muito servidor”, pois o sucateamento do INSS atinge os mais pobres. “Isso se resolverá, de fato, contratando mais gente para atender e resolver o drama de milhares de trabalhadores que estão nas filas esperando pelo andamento de seus processos.”
Para o parlamentar não é possível que as pessoas que precisam de auxílio saúde, doença, acidente de trabalho, ou mesmo dar entrada na sua aposentadoria não consigam acesso porque o INSS está com pouquíssimos servidores que não dão conta do trabalho. Segundo ele, isto afeta especialmente a população de mais baixa renda, que mais necessita do serviço presencial. “Há muito tempo que não há reposição de funcionários aposentados, inclusive dos que se aposentaram na onda da pré-reforma da previdência.”
Saretta enfatizou que, na medida em que o atendimento passou a ser exclusivamente digital, excluiu pessoas que não têm acesso a computadores, internet e a smartphones. “Muitos têm o seu celular, mas é um aparelho pequeno e não conseguem digitalizar os seus documentos. Outros têm que recorrer a escritórios e pagar para, às vezes, somente cadastrar uma senha.”
O parlamentar ressaltou que o atendimento digital é uma realidade e que o futuro passa por aí, mas tem que ser implantado gradativamente, pois é um processo que vai acontecer ao longo do tempo.
“Para ter atendimento presencial é preciso servidores.” Esta semana, Saretta esteve reunido com entidades ligadas à Comissão de Saúde e Segurança do Trabalhador (CISTT) da região de Joaçaba que relataram todos estes problemas, mas disse que a falta de servidores é um problema generalizado em todo o Estado.
Juliana Wilke
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