O presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, deputado Julio Garcia (PSD), manifestou-se, na tarde desta terça-feira (15), sobre a conclusão do inquérito da Polícia Federal (PF) que investigou supostas fraudes em licitações no governo estadual. Ele concedeu entrevista coletiva na Sala de Imprensa do Palácio Barriga Verde.
Garcia reafirmou sua inocência e declarou que o inquérito foi baseado em ilações e não conseguiu comprovar as suposições levantadas. A investigação, segundo o presidente, começou com a indicação de que ele seria líder de uma organização criminosa, que se beneficiava de contratos firmados pela secretaria de Estado da Administração. “O próprio inquérito concluiu que isso não é verdade”, disse.
“Restou de toda essa investigação longa, profunda, a ilação que eu sou sócio oculto de uma empresa. Não há uma prova qualquer disso, que possa dizer que sou sócio oculto dessa empresa. É algo muito vago”, disse. A empresa é de propriedade do genro da ex-mulher do presidente da Assembleia Legislativa e este realizou alguns pagamentos em seu favor. “Era uma relação familiar”, destacou, sublinhando o fato de não haver nenhum recurso público envolvido. Esses pagamentos, disse Garcia, foram feitos como quitação de um empréstimo concedido ao amigo em 2007.
O parlamentar também negou com veemência ter influenciado em favor da realização de um contrato da Secretaria de Administração, com a mesma empresa, firmado em 2016. “Todos os pagamentos feitos e outras suposições da investigação ocorreram antes de 2016”, disse. “Como vou fraudar licitação na Secretaria de Administração, só porque conhecia o secretário-adjunto? Não há prova.”
O deputado afirmou estar indignado com a situação e descartou qualquer possibilidade de se afastar da Presidência da Assembleia.
“Se no dia 30 de maio [dia em que a investigação veio a público], eu fiquei abatido, hoje não estou abatido, estou indignado. Esse é o sentimento de qualquer pessoa que passe por uma situação dessas: ser acusado de uma coisa que você não fez”, declarou. “O que me resta é ter a serenidade para continuar me defendendo. Estou com a consciência tranquila, confio na Justiça e tenho certeza que ao final vou provar minha inocência.”