Balneário Camboriú é um dos 20 municípios brasileiros que receberão apoio do Ministério da Saúde para implantar produtos fitoterápicos na rede de saúde pública. Na semana passada, a Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, que faz parte do Ministério da Saúde, divulgou a relação dos projetos selecionados de estruturação e consolidação de assistência farmacêutica em plantas medicinais e fitoterápicos.
Pelo projeto do Município, feito em parceria entre as secretarias do Meio Ambiente e da Saúde, o horto de plantas medicinais e o Laboratório de Fitoterapia Edgar Eipper, ambos localizados no Parque Municipal Raimundo Malta, produzirão fitoterápicos que vão ser distribuídos na atenção básica de saúde. Foram escolhidos cinco fitoterápicos: xarope de guaco (expectorante), tintura de espinheira-santa (para úlceras e gastrites), tintura de passiflora (calmante), pomada de erva-baleeira (anti-inflamatório e analgésico) e, com a forma farmacêutica ainda a ser definida, unha-de-gato (anti-inflamatório e analgésico).
O Município receberá R$ 447.727,15 para executar o projeto. Na etapa inicial, será reestruturado o horto de plantas medicinais e feito o plantio das espécies (algumas ainda não são cultivadas ou não têm em quantidade suficiente).
Atualmente, chás, tinturas, xaropes, pomadas e sabonetes elaborados no Laboratório de Fitoterapia são retirados pela população no próprio local. “Com o projeto, vamos reformular e regularizar a fitoterapia em Balneário Camboriú. Passaremos a entregar de forma diferente os fitoterápicos produzidos pelo Município. Os medicamentos naturais serão entregues com prescrição dos médicos que trabalham na nossa rede”, diz a secretária da Saúde, Andressa Hadad. A distribuição de fitoterápicos será testada, inicialmente, na Unidade de Saúde do Bairro dos Municípios, que possui uma Farmácia Descentralizada.
De acordo com a farmacêutica do Laboratório de Fitoterapia, Elaine Nunes Correia, o projeto reforçará o controle de qualidade desde o cultivo das plantas e até a finalização do medicamento. Estão previstas capacitações dos profissionais envolvidos das duas secretarias e parcerias para as análises dos materiais elaborados. Ainda será definido como ficará a entrega dos demais produtos naturais no Parque Raimundo Malta. “É preciso ter cuidado com os medicamentos naturais. Uma planta medicinal pode interferir na ação de um outro medicamento que o paciente utiliza. Não é por ser natural que não faz mal. Colocando o produto na atenção básica, vamos dar o devido valor que ele tem”, explica Elaine.