Turismo responsável: a retomada necessária

Entre os tantos desafios que o mercado do turismo estadual, nacional e mundial já superou nas últimas décadas, agora tem pela frente outro grande e diferenciado que é o desafio universalizado da crise do coronavírus. Só no Brasil, a crise provocou perdas da ordem de R$ 2,2 bilhões na renda e cerca de 116 mil desempregos diretos e indiretos, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em Santa Catarina, onde o turismo já representa cerca de 13% do PIB, não existem números globais contabilizados ainda, mas estima-se que só no setor de eventos, mais de R$ 23 milhões deixaram de circular.

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O recente estudo da Fundação Getúlio Vargas- FGV Projetos aponta que o Brasil terá uma queda de 38,9% na atividade turística em 2020, com um Produto Interno Bruto (PIB) do setor de R$ 165,5 bilhões, em que no ano de 2019 teve um total de R$ 270,8 bilhões.

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O pesado cenário indica ainda que o setor de comércio, serviços e turismo é o que apresenta maior potencial de impacto negativo com a atual pandemia.  As atividades econômicas que o compõem, relacionadas ainda que indiretamente a diversos outros segmentos, dependem da circulação de mercadorias e consumidores. Em especial, no turismo, afetado frontalmente pela impossibilidade de viagens, reservas e visitações, ação necessária para prevenção ao novo vírus em todo o mundo.

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A perspectiva otimista, porém, já para o segundo semestre, é a mobilização geral que tanto o setor público e privado vem empreendendo no sentido da retomada gradual e responsável do turismo. Não só no Brasil, mas no mundo todo. Em termos nacionais, há que se reconhecer a iniciativa do Ministério do Turismo em parceria com o trade de lançar, nesta semana, os protocolos sanitários recomendados para 15 segmentos turísticos que desejam aderir ao programa do selo “Turismo Responsável – Limpo e Seguro”.

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A expectativa da Pasta é que a adoção das medidas contribua para a retomada do setor ao atender as novas exigências do turista cada vez mais atento à questão da segurança e higiene. Os protocolos foram construídos em parceria com o trade, levando em consideração diretrizes internacionais, e contou com a validação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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Também em nível nacional, foi criado o Movimento Supera Turismo Brasil, com objetivo de levar uma mensagem de otimismo e contribuir com a reconstrução do setor e para uma retomada mais rápida. O programa nasce de forma orgânica, para unir a força das entidades representativas dos diferentes elos que compõem a indústria de viagens e turismo, empresários e profissionais do setor.

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Em Santa Catarina não tem sido diferente a mobilização de retomada. Entre as ações da Agência de Desenvolvimento do Turismo do Estado, a Santur, está em fase de lançamento o programa Viaje Mais SC, que incentivará o catarinense a conhecer melhor o próprio estado. O programa será implementado em seis etapas, gradativamente, começando com o lançamento de um selo para os estabelecimentos que cumprem com as normas sanitárias de combate à Covid-19 e oferecem produtos diferenciados. Com base no último decreto do Governo do Estado, também deverão ser construídas normativas para a reabertura de parques e zoológicos, avançando gradativamente, até chegar à liberação dos eventos.

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O parlamento catarinense também dará sua contribuição via Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa promovendo neste mês de junho um seminário virtual para tratar das perspectivas de retomada do turismo -pós pandemia do Covid-19 no Estado envolvendo os setores públicos e privados do setor, bem como do trade e dos profissionais da área.

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Os desafios existem e estão aí para serem superados. Toda a cadeia do turismo foi afetada diretamente e, nesse momento, a união, a parceria entre o púbico e o privado, além da troca de informações e experiências, bem como a necessidade de inovação e tecnologia, deverão ser as principais ferramentas para a continuidade dos negócios. Ainda existem muitas indefinições sobre a duração da pandemia, e, por outro lado, não existem respostas prontas ou fórmulas mágicas para lidar com a situação. Portanto, cautela, responsabilidade e reinvenção gradativa parece ser o caminho para a retomada.

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COLUNA “TURISMO & NEGÓCIOS “- por Carlos Mello

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