SP: Número de transplantes cai 17,5% no primeiro trimestre de 2021

No primeiro trimestre de 2021, o estado de São Paulo registrou queda de 17,5% no número de transplantes de órgãos e tecidos, segundo a Central de Transplantes de SP. Foram realizados 1.695 procedimentos ante 2.054 no mesmo período de 2020. Em todo o ano passado foram 7,4 mil transplantes no estado. 

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Segundo a Central de Transplantes, desde o início da pandemia, cerca de 7% dos potenciais doadores não puderam fazer a doação de órgãos por estarem infectados com o novo coronavírus. Atualmente, há 17.633 pacientes aguardando na fila por um transplante no estado, sendo 13.381 por um transplante de rim, 313 de fígado, 135 de coração, 108 de pulmão, 7 de pâncreas e 3.689 de córneas.

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O coordenador do sistema estadual de transplante, Francisco Salomão, afirmou que diversos elementos relacionados à pandemia interferiram na redução do número de transplantes, mas ressaltou que eles não deixaram de ser feitos pelos hospitais mesmo com a nova demanda de leitos por pacientes com covid-19. Os transplantes foram um dos tipos de cirurgias priorizadas pelos hospitais e continuaram sendo realizados no estado de São Paulo, assim como as cirurgias em pacientes com câncer, que também faziam parte dos procedimentos prioritários. 

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“Ou o paciente é transplantado ou ele perde a possibilidade de realizar a cirurgia. Depois, se perder aquele doador, a gente não sabe quando vai conseguir outro doador para ele. Então nesse caso realmente a escassez de leito não interferiu nesse campo”, disse. Salomão acrescentou que a maioria dos hospitais que transplantam não suspenderam esse tipo de cirurgia, já que é um procedimento de urgência.

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A exceção foi a interrupção por seis meses – de abril a outubro – no estado do transplante de córnea eletivo, aquele em que o paciente não corria risco de perder a visão e havia a possibilidade de a cirurgia ser postergada. Apesar de já ter voltado a ser feito, o transplante de córnea caiu 13% neste primeiro semestre, passando de 1.240 transplantes no mesmo período do ano passado para 1.074, o que contribuiu para a redução no número geral de transplantes. 

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Outro elemento que influenciou na queda foi a diminuição na doação de rim de doadores vivos, também nos casos em que não havia risco de vida para o paciente. No entanto, não houve suspensão, apenas orientação para que, se fosse possível esperar, se postergasse a cirurgia. “Esse transplante com doador vivo de rim, em que o paciente é mantido com diálise e com isso ele não vai a óbito, foi orientada a suspensão e deixado a critério da equipe a realização [da cirurgia].” Com isso, houve uma queda de quase 50% nos transplantes de rim no primeiro trimestre deste ano.

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Já o número de transplantes intervivo de fígado teve estabilidade, segundo Salomão, já que há risco de morte do paciente em caso de adiamento da cirurgia. “Aqueles transplantes em que o médico avalia que há possibilidade de ser postergado foram postergados, por exemplo, doador vivo de rim. Agora, o transplante de rim de doador falecido, como é um órgão nobre e jamais, em tempo algum, a gente vai deixar de utilizar aquele rim nem jogar fora, esse paciente - como tem o órgão e é a vez dele –, se ele concordou com a cirurgia, a cirurgia foi realizada”, explicou.

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Caso o paciente não concorde com a cirurgia naquele momento, chama-se o próximo paciente da lista e aquele órgão é utilizado. “Jamais um órgão de um doador falecido foi descartado porque não tinha leito para transplante ou porque não tinha paciente para ser transplantado.”

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Ele avaliou que atualmente, diferentemente de quando surgiu a pandemia, os hospitais estão mais organizados para a separação de pacientes com covid-19. “Então eles fizeram não só as adaptações de protocolo, como estabeleceram o fluxo dentro do próprio hospital e também acabaram dividindo o hospital em áreas, ou seja, área e UTI para covid-19 e área para 'não covid-19'. Com isso, conseguimos com segurança fazer a cirurgia desses pacientes que são submetidos a transplante.”

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O isolamento social, importante medida para conter a disseminação do vírus, também se refletiu em uma redução no número de transplantes. “A justificativa então para queda de transplantes desses órgãos [coração e fígado] eu posso dizer que, na fase mais restritiva, ou seja, quando em decorrência da pandemia, tem menos pessoas circulando, menos acidentes de trânsito, menos acidentes de moto, portanto tem menos [casos de] traumatismo cranioencefálico”, disse Salomão, explicando que os doadores que tiveram esse tipo de traumatismo são doadores em que os órgãos são praticamente todos utilizados.

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A Secretaria de Saúde de SP disse, em nota, que medidas de segurança e novos protocolos foram adotados por conta da pandemia e que, conforme diretriz do SUS, pessoas com diagnóstico de covid-19 com menos de 28 dias da regressão completa dos sintomas não podem ser doadores de órgãos.

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“Os hospitais seguem os protocolos de triagem clínica dos potenciais doadores, realizando testes para covid-19 antes de qualquer procedimento, prezando pela segurança dos profissionais de saúde e pacientes receptores”, diz a nota.

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Para ser doador de órgãos, basta comunicar a família sobre esse desejo, não é necessário incluir a informação no RG ou na carteira de motorista. A autorização para doação deve ser dada por familiares do falecido com até o 2º grau de parentesco. A Central de Transplantes reforça a orientação de que haja diálogo entre as famílias sobre o desejo de ser ou não doador de órgãos, pois isso facilita a tomada de decisão.

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