Rio: aumento nos casos de urgência de covid-19 provoca alerta vermelho

O aumento de 20% nos atendimentos nas unidades de emergência e urgência do município do Rio acendeu um alerta vermelho, afirmou o prefeito Eduardo Paes. Do final do ano passado até janeiro, os números apresentavam tendência de redução. Do final de janeiro a fevereiro foi observado uma certa estabilidade. No entanto, segundo o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Márcio Garcia, nas últimas semanas, houve uma inversão na tendência com o aumento no número de atendimentos na rede.

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Com o agravamento da situação de atendimento nos hospitais, a prefeitura resolveu ampliar, até o dia 22, as medidas de restrição na capital, que começam a valer a partir da meia-noite de hoje (11).

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“Todas as medidas anunciadas na semana passada, mantidas e ampliadas hoje, umas com algum grau de flexibilização, são preventivas. Nós não vamos ficar esperando lotar as emergências, as UTIs e os hospitais e as pessoas começarem a morrer”, disse o prefeito Eduardo Paes, durante a divulgação do 10º Boletim Epidemiológico da covid-19 e anúncio das novas medidas restritivas na cidade.

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“Os números de hoje apontam para uma situação difícil daqui a um tempinho. É uma semana? São dez dias? Torço para que nem venha, mas a gente tem que evitar. Por isso se toma atitude. Evita agora para não ter que ficar chorando a morte de ninguém depois. Para que, da gente, não tenha um genocídio”, destacou.

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De acordo com o prefeito, o município passou a considerar os dados dos atendimentos porque a análise do período de internação dos pacientes e da evolução da doença, que vinha servindo de base para o acompanhamento, é mais demorada e leva até 25 dias. Segundo Paes, os dados dos atendimentos são mais imediatos e permitem uma ação preventiva.

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“A gente tem uma ampliação no número de casos de pessoas que procuram os atendimentos de saúde com sintomas da covid-19. É esse o número que nos faz tomar medidas preventivas. Não vamos esperar a curva de mortes subir para que nós tomemos qualquer atitude. O que estamos fazendo neste momento é evitar que a curva de mortes suba em qualquer hipótese”, completou Paes.

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Aglomerações

Paes afirmou que a lotação nos transportes públicos e a falta de respeito por parte da população às medidas restritivas também contribuíram para a decisão de ampliar o prazo de vigência e a inclusão de outras proibições. Para tentar reduzir a aglomeração nos transportes, o decreto prevê escalonamento nos horários de funcionamento do comércio, da administração pública e dos serviços essenciais.

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“Estamos introduzindo hoje, pela primeira vez, o escalonamento das atividades econômicas na cidade do Rio de Janeiro. Vamos acompanhar, monitorar, fiscalizar, mas é uma tentativa de diminuir a pressão sobre os transportes públicos, um dos dois principais vetores de contaminação junto com bares, restaurantes, aglomerações e eventos”, afirmou.

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Segundo a prefeitura, a fiscalização vai continuar intensa para evitar o descumprimento das medidas e as aglomerações. Os estabelecimentos que não seguirem as medidas podem perder a concessão de funcionamento, em caso de reincidência.

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Paes admitiu que poderão ser adotados fechamento de áreas da cidade, onde são frequentes os registros de aglomeração, caso os frequentadores continuem desrespeitando as regras da prefeitura.

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Tolerância zero

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse que o município adotará o esquema de tolerância zero.

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“Não vai ser tolerado nenhum tipo de aglomeração. A única pressão que a gente segue é a de salvar vidas. Nenhum outro tipo de pressão vai ser levado em consideração. Se descumprir e aglomerar, o bar vai ser fechado por 15 dias. Está previsto no decreto. A tolerância vai ser zero com qualquer tipo de aglomeração”, pontuou.

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Em 2021, segundo o gerente de Vigilância de Saúde, 20.317 pessoas foram diagnosticadas com covid-19 na capital fluminense. Os casos graves chegaram a 4.051 e foram contabilizadas 1.414 mortes. A taxa de incidência por 100 mil habitantes é de 305, a de letalidade, 7% e de mortalidade, 21,2 por 100 mil habitantes.

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O secretário de Saúde disse que o município mantém um nível de ocupação de 91% da rede incluindo leitos federais, estaduais e municipais. Na última contagem, havia 13 pessoas na fila de espera por um leito, mas o tempo aguardando, segundo o secretário, não ultrapassava seis horas.

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“A gente ainda não tem colapso no sistema, a gente ainda tem o sistema atendendo as pessoas adequadamente, mas foi para manter esse atendimento que a gente aumentou as medidas restritivas para todos os setores da sociedade”, concluiu Soranz.

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