Presidente da CFT detalha, em reunião da Unale, emendas impositivas em SC

Deputado Marcos VieiraACESSE O SITE

O presidente da Comissão de Finanças e Tributação (CFT) detalhou, em reunião do Colegiado de Diretores Legislativos da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), realizada nesta quarta-feira (6), na Alesc, o histórico das emendas impositivas parlamentares em Santa Catarina.

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Marcos Vieira (PSDB) contou que as emendas impositivas têm origem no Orçamento Regionalizado (OR), quando a Assembleia Legislativa, através da CFT, deslocava-se até as regiões para ouvir as comunidades e decidir, através do voto dos participantes da audiência pública, as ações que seriam contempladas no Orçamento Anual.

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“A Assembleia tinha um gasto pesado, havia uma grande movimentação regional, os deputados colocavam no orçamento as ações e não era executado nada”, explicou Marcos, que exibiu no telão do Plenarinho fotos mostrando a gradativa queda na participação popular pelo descrédito do Orçamento Regionalizado.

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As emendas impositivas Diante do impasse com a execução do OR, em 2007 o ex-deputado Joares Ponticelli (PP) apresentou uma proposta de emenda constitucional (PEC) criando as emendas parlamentares impositivas.

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“Em 2014 demos um peitaço, eu era presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e relator da PEC e em uma bobeira da base governamental em 1º de julho de 2014 fiz aprovar na CCJ. A PEC ficou em meu poder sete anos paradinha, sem movimentação, mas teve um dia que senti que tinha clima”, recordou Vieira.

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Em seguida, Vieira detalhou que não enviou a PEC imediatamente para a Diretoria Legislativa porque temia que o presidente da Casa engavetasse a iniciativa.

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“Ficou comigo até que o Joares virou presidente da Casa”, revelou Vieira, que esperou o dia 17 de dezembro de 2014, dia em que a Casa votou dezenas de projetos, para sugerir a Ponticelli que colocasse em votação a PEC.

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“Fui na Mesa e disse: Joares, quer terminar o ano bem? Está aqui a PEC que tu fostes autor. ‘Marcos, a PEC não está na ordem do dia’”, ponderou o presidente da época. “Pede autorização dos lideres”, sugeriu Vieira. “Ele chamou o líder do governo e o consultou: ‘Vou terminar o mandato e preciso aprovar isso”. O então líder do governo, o ex-deputado Aldo Schneider (MDB), assentiu. “Aprova que depois o governador veta”.

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Ato contínuo, Ponticelli colocou a PEC em votação e ela foi aprovada por unanimidade. Como se tratava de emenda constitucional, não cabia o veto do Executivo.

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“PEC não é promulgada, é sancionada pelo Legislativo”, esclareceu Vieira. Contudo, segundo o deputado, apesar de incluídas na Constituição do Estado, as emendas impositivas não vingaram e os deputados não lograram convencer o governador Raimundo Colombo a executar as emendas

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O passo seguinte, de acordo com Vieira, foi aprovar uma lei regulamentando o dispositivo constitucional. Assim, em 2017 foi possível inserir na Lei Orçamentária Anual as emendas impositivas. O Executivo sancionou a lei orçamentária, mas não pagou as emendas. A história se repetiu em 2018 e 2019.

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Tudo mudou com a posse do novo governo estadual, chefiado por Carlos Moisés, que sofreu um processo de impeachment por conta da compra fraudulenta de respiradores para uso na pandemia da Covid-19. Com o impedimento tramitando na Alesc foi possível chegar a um acordo com o Executivo.

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Orçamento de 2025 Vieira destacou que a arrecadação prevista para 2025 deve bater na casa dos R$ 52 bi. Desse modo, cada um dos 40 deputados terá direito a R$ 11,7 mi em emendas impositivas, cerca de 1% da Receita Corrente Líquida (RCL).

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“Em outubro temos o direito de apresentar emendas parlamentares pelo excesso de arrecadação dos primeiros nove meses”, completou Vieira, circunstância que pode reajustar o valor a que tem direito o deputado em quase R$ 1 mi. “Para facilitar decidimos que (as emendas do excesso de arrecadação) vão tudo para a saúde. Ajuda o estado, mas o deputado vai lá e faz a media dele”.

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Emendas de bancadas Vieira explicou aos colegas deputados de outros estados e técnicos da Unale e dos legislativos estaduais que a Alesc avançou e já discute as emendas de bancadas, que agregam a representação política de toda uma região, como os deputados do Oeste, pioneiros na criação de uma bancada regional, a Bancada do Oeste.

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“Estamos em conversa e finalizando uma negociação e criando um percentual da receita líquida para as emendas de bancada, também impositivas e com 1% da RCL. Sou favorável de 1% da RCL para a realização de obras maiores, como a pavimentação de rodovia, a construção de uma escola ou a implantação da internet rural”.

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O exemplo do Mato Grosso Janaina Polla Reinheimer, integrante da Consultoria Institucional de Acompanhamento Financeiro e Orçamentário da Assembleia do Mato Grosso, explicou que os técnicos daquela Casa acompanham diariamente a execução das emendas parlamentares.

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“Só tem êxito quando os poderes Executivo e Legislativo estiverem em alinhamento técnico, é de extrema importância que a gente esteja alinhada aos técnicos do Executivo”, relatou Janaina.

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Em Mato Grosso as emendas impositivas foram implantadas em 2021 e até 2024 já foram executados mais de R$ 1 bi. Diferente de Santa Catarina, lá as emendas abocanham 2% da RCL, mas usam como base não o exercício corrente e sim o exercício anterior ao do encaminhamento do projeto orçamentário pelo Executivo.

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“Em 2025 usaremos a RCL base de 2023”, pontuou Janaina.

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A opinião dos deputados visitantes Luciano Pimentel (PP/SE), presidente da Comissão de Finanças da Assembleia de Sergipe, defendeu o fortalecimento das emendas parlamentares e sugeriu o aumento das competências legislativas das assembleias estaduais.

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“Não podemos limitar o trabalho a título de cidadania, reconhecimento de utilidade pública e indicações, nós queremos uma autonomia maior, discutir leis com abrangências mais significativas”, propôs o deputado sergipano.

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Já o deputado Carlos Avallone (PSDB/MT) insistiu no aumento da representatividade feminina nos parlamentos estaduais e municipais.

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“Em Mato Grosso temos uma deputada e em todos os parlamentos temos poucas mulheres e isso não é bom, precisamos de mais ações para permitir que mais mulheres participem da política. A Unale tem de entrar nisso para permitir uma participação maior das mulheres”, defendeu Avallone.

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Vitor SantosACESSE O SITE

Fonte: Agência ALESC

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