Plenário aprova reserva de vagas de emprego para mulheres vítimas de violência

Os deputados estaduais aprovaram, por maioria de votos, na sessão ordinária desta terça-feira (11), o projeto de lei (PL) que reserva 5% das vagas de trabalho em agências de emprego e de vagas nas escolas estaduais para mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar e seus filhos. A iniciativa, de autoria da deputada Dirce Heiderscheidt (MDB), recebeu o voto contrário de seis deputados, a maioria da bancada do PSL.

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O PL 363/2017, que trata do assunto, foi alvo de manifestações de vários deputados durante sua discussão. Ana Campagnolo (PSL) criticou o fato de uma emenda de sua autoria, apresentada em plenário, ter sido rejeitada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A parlamentar queria trocar a palavra “mulheres” por “pessoas” no texto do projeto.

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“Fico extremamente incomodada com isso. Por que essa lei não pode servir para outras pessoas? Essas vítimas de violência merecem menos atenção que outras pessoas vítimas de violência?”, questionou a deputada, que defendeu que homens e mulheres são iguais perante à Constituição. “Temos que respeitar a Constituição do ponto de vista da igualdade.”

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Ana citou dados que apontam que os homens sofrem mais violência que as mulheres. Ela recebeu o apoio dos colegas de partido Jessé Lopes e Sargento Lima. Este considerou o projeto preconceituoso. “Quando se afunila na mulher, você exclui a possibilidade de um casal homossexual ser beneficiado com a lei”, disse. “Ninguém está dizendo que mulher não sofre violência, o Brasil é um país violento, nem sempre é por questões de gênero”, afirmou Jessé.

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Paulinha condenou o “discurso negacionista que a mulher sofre violência igual ao homem”. A deputada citou os casos de feminicídio registrados em Santa Catarina e afirmou que, conforme o Anuário de Segurança Pública, uma mulher é estuprada a cada duas horas no estado. “É necessário que haja políticas fortes que nos mostrem essa realidade. Não dá para a gente fechar os olhos.”

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Marlene Fengler (PSD) e Ada de Luca (MDB) afirmaram que o projeto é importante para dar independência financeira das mulheres vítimas e romper o ciclo de violência. Luciane Carminatti (PT) concordou com a necessidade de se oportunizar às mulheres espaços de profissionalização e criticou as tentativas de se minimizar a violência de gênero. “Não se pode pegar um caso isolado de uma mulher violenta e transformar em regra”, comentou.

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A autora do projeto afirmou que preferia não trata do assunto, mas os “números impressionantes de assassinatos, tentativas de assassinato, lesões corporais, injúrias, calúnias e difamação” exigem que a questão da violência contra a mulher seja abordada. “A aprovação desse projeto é um passo para quem sabe um dia não precisarmos mais falar desse assunto”, disse Dirce.

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O PL 363/2017 foi aprovado por 19 votos a seis e segue para a votação da Redação Final. Foram contrários Ana Campagnolo, Coronel Mocellin, Jessé Lopes, Ricardo Alba e Sargento Lima, todos do PSL, além de Bruno Souza (Novo).

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Painéis solares Também por maioria de votos, foi aprovado o PL 226/2018, de Ada de Luca, que obriga o Estado a instalar painéis solares fotovoltaicos nas escolas estaduais, nos presídios e nas penitenciárias. Conforme a autora, o objetivo é proporcionar economia na conta de energia dos prédios públicos, mediante a geração de energia solar, além de contribuir com a preservação ambiental e a sustentabilidade do sistema energético.

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A iniciativa recebeu apoio de Marcius Machado (PL), Dr. Vicente Caropreso (PSDB), Luciane Carminatti, Silvio Dreveck (PP), Jair Miotto (PSC), Milton Hobus (PSD), Marlene Fengler e Volnei Weber. Eles destacaram que o investimento em energia solar trará retorno para o Estado na parte ambiental e econômica. “Não tem como a gente não concordar com um investimento seguro, certo e ambientalmente correto”, comentou Luciane.

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Bruno Souza, Jessé Lopes e Sargento Lima se manifestaram contra a proposta. Para Bruno, a iniciativa deveria partir do Poder Executivo e não do Legislativo. Além disso, ele criticou a falta do impacto orçamentário no texto do projeto. Já Jessé criticou o fato do matéria ter tramitado na Casa por resultar em despesas para o Estado. “É enganar as pessoas achar que com leis a gente resolve esse tipo de problema”, acrescentou.

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O PL 226/2018 passará por votação da Redação Final antes de ser encaminhado para análise do governador.

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Outros projetos Ainda na sessão desta terça, os deputados aprovaram a conversão em lei da Medida Provisória 235/2021, que trata do pagamento de gratificação aos profissionais da saúde que estão na linha de frente ao combate da Covid, além do PL 155/2020, do deputado Rodrigo Minotto (PDT), que reconhece o município de Forquilhinha como a cidade mais alemã do Sul de Santa Catarina.

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