Pesquisadores descobrem planta rara e ameaçada de extinção no Parque Nacional de São Joaquim

Fotos: Divulgação/ Luís A. Funez

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No dia do seu aniversário, 13 de março de 2020, o pesquisador Luís A. Funez encontrou uma planta florida e esquisita em uma trilha no Morro da Igreja, em Urubici. Ele e os colegas resolveram então estudá-la. “Vimos que não era conhecida e precisava ser descrita”, conta. Um ano depois, a Delairea aparadensis foi nomeada em artigo publicado na revista científica Phytotaxa – e a nova espécie já é considerada criticamente ameaçada. O estudo que resultou nessa descoberta recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc).

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A planta é tão diferente que foi classificada no gênero Delairea, endêmico na África. Com a descrição, ela passa a ser a segunda espécie do gênero e a primeira das Américas. Há uma possibilidade, inclusive, de que seja um novo gênero. “Vamos analisar a biologia molecular da planta, que vai nos ajudar a desvendar onde ela pode se encaixar ou se é algo novo, que é a maior possibilidade”, explica Funez. O pesquisador é doutorando do Programa de Pós-graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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A nova espécie foi encontrada por Funez e por Gustavo Hassemer, professor de Botânica na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. O artigo também é assinado por Nivaldo Peroni, do Departamento de Ecologia e Zoologia da UFSC, e Elisandro Drechsler-Santos, do departamento de Botânica da UFSC.

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A descoberta é mais um dos resultados do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração – Biodiversidade de Santa Catarina (PELD-BISC), que conta com apoio da Fapesc e financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O projeto já descreveu novas espécies de fungos, insetos e plantas e tem feito publicações e eventos para divulgar a biodiversidade do Parque Nacional de São Joaquim (PNSJ).

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Planta ameaçada

O nome aparadensis refere-se ao Aparados da Serra Geral, região onde se localiza o PNSJ. A nova planta foi encontrada em uma área com menos de um quilômetro quadrado, com cerca de 20 a 30 indivíduos. “Não encontramos a planta em nenhum outro lugar, apenas em um pequeno pedacinho da encosta. Então a classificamos como criticamente ameaçada de extinção. Se acontecer algum evento abrupto, como um deslizamento de terra, há uma grande chance da espécie desaparecer completamente”, alerta Funez.

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Apoio da Fapesc

Selvino Neckel de Oliveira, professor do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e coordenador do projeto, diz que esta é uma de tantas descobertas que ainda estão por vir. “Isso demonstra que sabemos muito pouco sobre a nossa biodiversidade e, consequentemente, sobre as nossas potencialidades como um Estado rico em biodiversidade, gerador de conhecimento e formador de recursos humanos qualificados.”

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Segundo Oliveira, para isso acontecer é preciso aumentar os investimentos na ciência e na educação e aproximar a ciência da sociedade. “E por isso que nós, do PELD-BISC queremos que essa parceria com a Fapesc e CNPq seja duradoura, pois quem ganhará com isso é a sociedade catarinense.”

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O presidente da Fapesc, Fábio Zabot Holthausen, parabeniza mais uma descoberta no âmbito do PELD-BISC. “Descobrir novas espécies de plantas, vírus, fungos, animais não são só importantes pela descoberta em si, mas pelas relações e interações com o ecossistema, pelos efeitos e evolução que geram, por permitir o avanço do conhecimento científico e auxiliar na busca e geração de novos remédios, novos alimentos, enfim, de soluções para os problemas da sociedade.”

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Marcia Patricia Hoeltgebaum, coordenadora de Projetos na Fapesc, lembra que o PELD-BISC tem demonstrado avanços significativos no conhecimento de importantes grupos biológicos, que certamente poderão subsidiar novos estudos e políticas públicas voltadas à conservação. “A identificação das espécies é de importância basal para qualquer estudo científico, e conhecer a nossa biodiversidade é fundamental para que se possa traçar estratégias claras de preservação e de conservação, tanto das espécies quanto dos seus habitats.”

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Mais informações para a imprensa:Maurício FrighettoAssessoria de ImprensaFundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de SC - FapescE-mail: mauricio@fapesc.sc.gov.brTelefone: (48) 99932-4209Site: www.fapesc.sc.gov.br

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