Apesar da pandemia, a economia brasileira está em crescimento, inclusive com o Produto Interno Bruto (PIB) voltando ao nível anterior ao registrado ao surgimento do coronavírus. No país e em Santa Catarina, a expectativa é de que nos próximos meses o movimento de recomposição da força de trabalho se intensifique, com apoio das ações promovidas com apoio da Assembleia Legislativa e investimentos em infraestrutura pelo Executivo.
“2020 foi um ano atípico, impactado pela pandemia e todas as atividades produtivas foram comprometidas, mas no final do ano começamos a sentir a retomada de algumas atividades econômicas e entramos 2021 com uma situação mais favorável”, avalia presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Sérgio Rodrigues Alves, entidade que reúne mais de 34 mil empresas filiadas a 148 associações empresariais no estado
Para ele, setores como o da construção civil, têxtil, metal-mecânico e o agronegócio (que é o fiel da balança econômica), estão em pleno crescimento no estado desde início do ano e as expectativas são excelentes. “Houve até momentos de dificuldades em disponibilização de insumos, faltou matéria-prima para alguns setores, como ocorreu com a falta de embalagens.”
Rodrigues destaca também que o governo estadual está sendo pró-ativo neste período da pandemia, anunciando investimentos em infraestrutura, principalmente em rodovias. Ele também enaltece iniciativas do Parlamento, que vem aprovando leis que beneficiam essa expansão da economia, além de ressaltar a importância da aprovação da reforma da Previdência. “Falo isso como ex-secretário da fazenda. Para cobrir o déficit tributário é importante a aprovação desta reforma.”
Ele demonstra preocupação com aumento de preços de algumas matérias-primas, que poderá resultar na volta da inflação, principalmente no final do ano. “O ferro, o frete e nos supermercados a elevação dos preços do arroz, feijão, óleo, entre outros, me preocupa. À medida que encarece o produto pode ocorrer a retração de demanda, mas felizmente a economia está bem, basta perceber o fluxo de caminhões nas rodovias.”
Na avaliação do presidente da Facisc, não foi resolvido o problema do coronavírus, mas o fluxo de vacinas no estado está positivo e isso reflete na economia. ”Um dos setores mais afetados é o hoteleiro e o de eventos, que aos poucos está retornando, o turismo também está em pleno aquecimento. A verdade é que em todos os segmentos da economia catarinense vejo uma retomada da economia.”
Rodrigues acredita que a população catarinense é empreendedora e que com a pandemia muitos tiveram que se reinventar. “O registro de novos empreendimentos é superior do que ocorria antes da pandemia na Junta Comercial, são empreendedores que tiveram que se reinventarem, principalmente na área de tecnologia, as pessoas em ‘home office’ tiveram que se reinventar. No setor de alimentação, por exemplo, muitos fecharam, mas reabriram de forma de delivery.”
Protagonismo da Alesc manteve o setor produtivo em pleno funcionamento O líder do Governo na Alesc, deputado José Milton Scheffer (PP), avalia que a pandemia da Covid-19 exigiu do Parlamento catarinense uma interação grande com a sociedade e com o Executivo na busca de soluções. “Então, uma série de projetos, indicações e ações foram desenvolvidas pelos deputados visando proteger a economia e ao mesmo tempo a saúde dos catarinenses.”
Scheffer também destacou que o governo estadual está fazendo a sua parte, sem descuidar das rodovias estaduais. “Só neste ano, o Estado deve investir R$ 550 milhões em infraestrutura.” Em sua leitura, a eficácia do produtor catarinense, somada às boas políticas públicas foram essências para que o setor da agricultura catarinense, mesmo enfrentado uma longa estiagem e a crise gerada pela covid-19, tivesse um saldo positivo para a economia.
Desde que o Estado de Calamidade Pública em virtude da pandemia da Covid-19 foi decretado, em março do ano passado, os deputados estaduais analisaram mais de 30 projetos com o objetivo principal de atenuar, na economia catarinense, os efeitos negativos das medidas restritivas impostas em função do coronavírus, reforça Scheffer. A maior parte das propostas trata da prorrogação ou anistia a impostos cobrados pelo Estado e concessão de financiamentos ou auxílio financeiro a setores da economia.
Medidas restritivas ainda prejudicam bares, restaurantes e o setor hoteleiro Apesar do crescimento da economia, os impactos financeiros e econômicos da pandemia da covid-19 sobre o setor de gastronomia e de eventos são dramáticos, afirma o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SC), Raphael Dabdab. “De cada dez restaurantes, três fecharam, e dos sete que ficaram cinco estão endividados.”
Ele lembra que o setor representava 5,3% do PIB catarinense antes da pandemia e era um dos grandes geradores de emprego, com mais de 100 mil empregos diretos. “Destes, 40 mil foram perdidos, então você vê um impacto econômico e social muito grande. Parte disso, claro, por medidas restritivas e pela falta de apoio ao setor por parte do governo estadual”, reclama.
Para enfrentar essa situação, o presidente da Abrasel informa que a entidade ingressou com ações civis públicas exigindo reparação financeira aos negócios do setor. “Enquanto houve setores que ganharam com a crise, fomos um dos mais prejudicados pelas medidas restritivas impostas. Não estamos discutindo o mérito destas iniciativas – se foram lícitas ou não – nem mesmo associando as ações na Justiça a qualquer prefeito ou governador em específico, nem à qualidade de suas decisões.”
Ele enfatiza que medidas de apoio que foram desenvolvidas em favor do setor vieram do governo federal. “O governo estadual liberou uma linha de crédito, mas de difícil acesso e que não auxilia o setor.”
Raphael salienta que no entendimento da entidade não é legitimo que o setor pague essa conta individualmente. “A destruição do setor é tão grande, que empresas que não estavam endividadas antes da pandemia e agora estão, vão levar de dois a três anos para pagarem essa conta.”
Empreendedora cresce com venda de doces em tempos de pandemia Mesmo com os efeitos econômicos provocados pela pandemia, mulheres empreendedoras têm batalhado para encontrar maneiras de inovar e conquistar novos mercados para fortalecer o rendimento mensal de suas atividades. A acadêmica de Pedagogia Luana Beatriz da Cunha, 22 anos, moradora do Bairro Pantanal, em Florianópolis, estava desempregada no início de 2020 quando surgiram os primeiros casos do coronavírus e decidiu investir os R$ 600 do Auxílio Emergencial na produção de doces.
Há dois meses, ela abriu uma MEI (Microempreendedor Individual), a Luana Doceria, e ampliou a divulgação de seus doces pelo Instagram (@lucanadoceria) e vai começar a vender os produtos pela plataforma Goomer (plataforma de pedidos via Whatsapp). “Com o crescimento dos pedidos estou pensando em abrir uma empresa e investir nesta área, fazer cursos de marketing e de outros doces. No início, tínhamos poucas opções no cardápio, fomos pesquisando e, hoje, vendemos bolos, ovos de páscoa, brownies e brigadeiros gourmet”, elenca Luana.
O pedido mínimo é de R$ 15 e a entrega é feita por parceria com carros de aplicativo de transporte na região. São mais de dez tipos diferentes de doces e bolos, coxinhas, pastel ninho, empadas. “Inicialmente a pandemia me assustou, pensei que não iria vender, mas aos poucos, como as pessoas ficavam em suas casas e queriam doces, o negócio começou a crescer.”
Atualmente, Luana trabalha sozinha na produção dos doces e bolos e conta com auxílio do namorado que recebe os pedidos e embala os produtos.
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