Recentemente, o Conselho Nacional de Comandantes-Gerais dos Corpos de Bombeiros Militares (CNCGBM) publicou normas que devem regular a instalação de carregadores de carros elétricos em garagens de prédios residenciais e comerciais. Essas diretrizes visam padronizar procedimentos e reforçar a segurança, mas têm gerado críticas de entidades do setor.
A aplicação das normas começará a partir de 180 dias após a publicação oficial, prevista para o final de fevereiro de 2026. Os principais requisitos incluem a instalação de equipamentos que garantam o corte imediato de energia — como disjuntores exclusivos e botões de desligamento manual localizados até cinco metros das vagas de recarga — e sinalização clara tanto dos carregadores quanto dos locais de segurança.
Nas construções novas, as exigências são ainda mais rigorosas. Elas devem incorporar sistemas completos de detecção de incêndio, sprinklers (chuveiros automáticos), ventilação mecânica e uma estrutura resistente ao fogo por pelo menos duas horas.
Para edifícios existentes, as adaptações são mais flexíveis. Os sprinklers devem estar interligados com os hidrantes já instalados, e a norma abre espaço para prazos estendidos e regulamentações a serem definidas por cada estado. No caso de garagens externas, que apresentam menor risco de propagação de incêndios, algumas exigências são dispensadas, como os sprinklers.
Apesar do foco em segurança, as medidas geraram reações contrárias. A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) afirmou que certas exigências, especialmente a implantação de sprinklers, são difíceis de aplicar em muitos prédios e representam um custo desproporcional para proprietários e condomínios.
A entidade também criticou um possível desequilíbrio regulatório, argumentando que os veículos a combustão oferecem riscos substancialmente maiores — com uma média de 16 incêndios diários apenas em São Paulo — mas são pouco alvo dessas novas normas.
A controvérsia se intensifica no ponto do sprinkler: segundo a ABVE, a exigência penaliza justamente aqueles que adotam tecnologias mais seguras, sem similar rigor aplicado a garagens sem pontos de recarga, criando uma distorção normativa.
Condomínios, shoppings e demais administradores de imóveis demonstram preocupação quanto à implementação das normas em prazos tão curtos e com investimentos significativos, muitas vezes sem orientação clara.
Em resumo: as novas regras do CNCGBM para recarga de veículos elétricos em prédios prometem elevar o nível de segurança, mas enfrentam críticas quanto à sua aplicabilidade, custo e equilíbrio em relação aos riscos representados por veículos convencionais.
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