Se você recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC), fique atento: o INSS pode realizar visitas domiciliares para verificar a situação dos beneficiários e assegurar que o auxílio esteja sendo pago corretamente. Essas visitas fazem parte de um procedimento padrão, mas recusá-las pode levar ao cancelamento do benefício e à exclusão do Cadastro Único (CadÚnico).

O BPC é um benefício concedido a idosos e pessoas com deficiência (PCD) que vivem em condições de vulnerabilidade social. O valor é equivalente a um salário mínimo e não exige contribuição à Previdência. A visita do assistente social é uma das etapas de verificação para garantir que os recursos sejam destinados apenas a quem realmente precisa.

O Que Esperar da Visita Domiciliar do INSS?

Durante a visita, o assistente social analisa a situação socioeconômica do beneficiário, verificando informações sobre renda familiar, condições de moradia e outros fatores. No caso de pessoas com deficiência, o assistente social não realiza avaliação médica – essa etapa é feita por um perito do INSS.

Além de validar as informações fornecidas ao CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), a visita também tem como objetivo detectar inconsistências ou indícios de fraudes. Por isso, é essencial que o beneficiário esteja preparado e mantenha as informações em dia.

Como se Preparar para a Visita do Assistente Social?

Seguir algumas orientações pode garantir que a visita aconteça de forma tranquila e sem riscos ao benefício:

1. Documentação Completa: Tenha em mãos RG, CPF e comprovantes de renda dos moradores da casa.
2. Responsável pelo Cadastro: Prepare-se para responder às perguntas, especialmente se você for o responsável pelo CadÚnico da família.
3. Não Recuse a Visita: Não peça para reagendar ou adiar a visita, pois isso pode comprometer o benefício.
4. Ambiente Organizado: Mantenha a casa em condições normais, sem necessidade de preparações especiais.

O Que Pode Levar à Suspensão do BPC?

A visita do assistente social pode resultar em suspensão ou cancelamento do benefício em algumas situações. Confira os principais motivos que levam à interrupção dos pagamentos:

• Descumprimento do critério de renda familiar: O benefício é destinado a famílias com renda mensal de até 1/4 do salário mínimo por pessoa (R$ 353).
• Cadastro Único desatualizado: A falta de atualização no CadÚnico pode levar ao bloqueio.
• Falecimento do beneficiário: Nesses casos, o benefício é cancelado automaticamente.
• Alteração na condição de saúde: No caso de PCD, a recuperação ou mudança na deficiência pode resultar na perda do benefício.

Além disso, o BPC pode ser cancelado se o valor não for sacado em até 60 dias. Se o saque não ocorrer em 180 dias, o benefício é definitivamente encerrado.

Atenção aos Golpes Envolvendo Visitas do INSS

Embora as visitas sejam uma prática oficial, o INSS alerta para a possibilidade de golpes. Criminosos podem se passar por assistentes sociais para roubar dados pessoais e aplicar fraudes. Por isso, é fundamental verificar a identidade dos servidores por meio de seus crachás.

Caso tenha dúvidas sobre a legitimidade da visita, o beneficiário deve entrar em contato diretamente com a Central de Atendimento do INSS, pelo número 135. Além disso, nunca forneça fotos de documentos ou dados pessoais sem a devida confirmação da identidade do funcionário.

Como Evitar a Suspensão do BPC

Para garantir que o benefício não seja suspenso, é importante:

• Manter o CadÚnico atualizado regularmente.
• Cumprir as exigências de renda familiar estabelecidas pelo INSS.
• Realizar os saques do benefício dentro do prazo para evitar o bloqueio.
• Atender prontamente as visitas do assistente social.

As visitas dos assistentes sociais fazem parte dos procedimentos do INSS para garantir a correta distribuição dos recursos públicos. Embora a presença de um assistente possa causar apreensão em alguns beneficiários, essa etapa é essencial para manter a transparência e evitar fraudes no sistema.

Manter-se informado sobre as exigências do BPC e seguir as orientações do INSS é a melhor forma de garantir que o benefício continue ativo e disponível para quem realmente precisa.