CRISE ARGENTINA E BRASILEIRA REFLETE NA TEMPORADA
Já era esperado desde meados do segundo semestre do ano passado. As crises econômicas da Argentina e Brasil estão refletindo na movimentação da alta temporada de verão catarinense. Os dados econômicos são claros, assim como a matemática da economia. Mesmo assim, há quem ainda se surpreenda com a baixa do movimento. Só no Brasil são mais de 12 milhões de desempregados e outros 60 milhões de endividados. Pelo lado dos argentinos, a desvalorização do peso afeta o comércio nas praias de Florianópolis e Balneário Camboriú.
Os poucos turistas do país vizinho que circulam por aqui estão gastando menos. A Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de Santa Catarina (Fhoresc) acreditava até o início de janeiro que visitantes brasileiros e chilenos poderiam equilibrar as contas dos comerciantes, mas janeiro chegou ao fim e isso ainda não ocorre. A esperança é fevereiro com a queda automática dos preços.
A situação é semelhante entre Balneário Camboriú e Florianópolis, segundo relatos dos empresários do setor. Movimento tanto em hotéis como casas e aptos de aluguel e restaurantes com picos desde o Natal até pelo dia 10 de janeiro, quando começou a decrescer e a estabilizar no apenas “razoável”. No caso, de BC, um problema adicional surge ao final deste mês de janeiro: a balneabilidade da praia central, bastante afetada, segundo as análises divulgadas pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA).
O debate sobre a preservação do principal produto econômico das duas cidades litorâneas, o turismo, esta aberto. Não há que se buscar culpados, pois a causa é macro econômica, mas sim alternativas que possam fazer frente a esta realidade com cada vez mais profissionalização e qualidade do turismo.
ALARGAMENTO DA PRAIA CENTRAL DE BC – IMPACTO AMBIENTAL E RISCO DA ‘PRAIA DE TOMBO’
É de bom senso a preocupação do Ministério Público de Balneário Camboriú no sentido de esgotar os questionamentos junto ao Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), antiga Fatma e ao órgão municipal afim, com relação aos impactos ambientais do projeto de alargamento da praia central da cidade. Ainda que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) tenham sido feitos e são públicos para consulta, são prévios e teóricos. O resultado, na prática, pode variar, a exemplo do que aconteceu em outras praias do país.
Caso que pode ser o mais parecido e comparativo com Balneário Camboriú (até no nome e tamanho) é o da Praia de Camburi, na orla central de Vitória, Capital do Espírito Santo, com 6 km de extensão. No inicio da década de 2000, além de aterros anteriores, foi feito o chamado engordamento artificial ou aterro hidráulico, como é o caso tecnicamente pretendido para BC. Análise e estudo adaptativo feito três a quatro anos depois, mostrou que no geral, a obra foi positiva para preservação geral da praia, porém com observações de “perfis de areias médias com alta declividade” Ou seja, a chamada “praia de tombo”, em alguns pontos e que dificultam a caminhada dos banhistas e visitantes. O segredo é a granulometria adequada e semelhante à da areia atual.
Foto: Alargamento \engordamento da praia de Camburi, em Vitória, Capital do Espírito Santo. Semelhanças com a Praia Central de Baln. Camboriú. (Arquivo Divulgação).
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