O Governo Federal publicou no Diário Oficial da União, em 30 de junho de 2025, uma instrução normativa que revisa e reforça os critérios de manutenção do benefício Bolsa Família. As novas diretrizes já estão em vigor e valem para todas as famílias cadastradas no programa
Novos critérios de saúde e educação
Com foco em promover desenvolvimento infantil e reduzir desigualdades, as regras passam a exigir:
-
Saúde:
-
Crianças até 7 anos devem cumprir acompanhamento médico e nutricional regular.
-
Meninas de 7 a 14 anos devem ter acompanhamento para garantir seu desenvolvimento.
-
Mulheres de 14 a 44 anos, especialmente gestantes, precisam realizar consultas regulares.
-
Mulheres acima de 44 anos também recebem atenção para cuidados de saúde preventivos.
-
-
Educação:
-
Crianças de 4 a 6 anos passam a ter frequência escolar mínima obrigatória de 60%.
-
Adolescentes de 7 a 18 anos devem ter presença escolar de pelo menos 75%.
-
Essas medidas visam garantir que o recurso do programa seja acompanhado de ações efetivas voltadas ao desenvolvimento humano e o futuro das famílias.
Consequências do descumprimento
Caso as novas exigências não sejam cumpridas, o benefício pode ser temporariamente suspenso ou bloqueado. Mas há garantias para evitar injustiças:
-
Ouvir a família antes da punição: as famílias têm direito a apresentar justificativas prévias à decisão.
-
Análise personalizada: se houver motivo válido (como problemas de saúde, vestibular ou falta de vaga escolar), a suspensão é evitada e, se necessário, ocorre o pagamento retroativo ao período bloqueado.
-
Acompanhamento social: em casos de descumprimento, a família pode ter a punição temporariamente suspensa — por até seis meses — e contar com apoio do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) para regularizar as pendências.
Privacidade e controle documental
Todas as informações referentes ao descumprimento, justificativas, recursos e gravações de decisão serão registradas em um sistema digital de acompanhamento, assegurando sigilo e confidencialidade dos dados familiares. A documentação ficará arquivada pelo município por, pelo menos, cinco anos.
Contexto: calendário e funcionamento do Bolsa Família
Essas mudanças se somam às rotinas de controle já presentes no programa, que conta com outros compromissos obrigatórios:
-
Pré-natal e saúde infantil: obrigatório para gestantes e crianças de até 6 anos.
-
Vacinação: carteirinhas das crianças devem estar atualizadas.
-
Frequência escolar: crianças e adolescentes de 4 a 17 anos devem cumprir a presença mínima exigida.
O calendário de pagamento do Bolsa Família para julho de 2025 segue os critérios já divulgados: os depósitos são escalonados entre os dias 18 a 31 de julho, conforme o último dígito do NIS (Número de Identificação Social).
Impacto e perspectivas
As medidas reforçam a lógica de condicionalidade muito presente nos programas de transferência de renda, especialmente o Bolsa Família. Ao vincular saúde e educação ao recebimento do benefício, o governo busca garantir que o apoio financeiro traga impactos concretos na qualidade de vida e no futuro das crianças e adolescentes.
Além disso, ao prever a fase de defesa prévia e o pagamento retroativo, as novas regras adotam um tom mais humano e sensível, evitando prejudicar famílias que se encontram em situações excepcionais.
O que as famílias devem saber
-
Quem tem filhos entre 4 e 18 anos, atente-se à frequência escolar de 60% ou 75%, conforme a idade.
-
Garanta que todas as idas à consulta médica estejam registradas, especialmente para crianças, meninas e mulheres em idade fértil.
-
Em caso de bloqueio, procure justificativas documentadas — como atestados médicos, comprovantes de matrícula — e recorra tempestivamente.
-
Utilize o suporte do CRAS, caso precise regularizar pendências sociais ou documentais.
-
Guarde os comprovantes de consultas, vacinas e matrícula — os arquivos serão mantidos pelos municípios por cinco anos.
As novas regras do Bolsa Família entram em vigor em 1º de julho de 2025, com foco em acompanhamento na saúde e na educação. O governo busca intensificar a condicionalidade do programa, mas incorporou instrumentos de defesa e sensibilidade para evitar consequências injustas. O objetivo é fortalecer os resultados sociais e garantir que as transferências de renda sejam acompanhadas por ações concretas em prol do desenvolvimento das crianças e adolescentes.
Aconselha-se acompanhar as orientações locais, manter toda documentação organizada e, em caso de dúvidas, procurar o CRAS mais próximo.