Diante da possibilidade de despejo do efluente da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Rio Tavares em um dos canais artificiais que desembocam na Baía Sul, o presidente da Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa , deputado Marcos José de Abreu – Marquito (Psol), enviou à Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) a indicação de uma solução baseada na natureza: o jardim filtrante. Essa tecnologia é adotada em diversos países, como a França, onde a criação do Parc du Chemin de I’lle foi chave para a despoluição do rio Sena.
A disposição final do efluente da ETE Rio Tavares na Baía Sul pode ter impactos ambientais, sociais, culturais e econômicos. A vazão inicial prevista é de 200 litros por segundo de efluente. Para se ter uma ideia, a ETE Lagoa da Conceição, que rompeu em 2021, causando o maior desastre ambiental da história de Florianópolis, tinha vazão máxima de 80 litros por segundo, sendo que nunca chegou a operar nessa capacidade.
É na região da Baía Sul que fica a Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé, a primeira Resex do Brasil. O ecossistema é extremamente sensível e precisa de proteção. Desde a construção do aterro, a população local sofre com o distanciamento do mar e a redução drástica de camarões, peixes e berbigões. Antes da obra, a Costeira tinha uma economia do mar vibrante, com trabalho, emprego e renda para pescadores e trabalhadores de peixarias.
As Soluções Baseadas na Natureza para o tratamento e a disposição final de efluentes são viáveis, inclusive economicamente mais baratas e ambientalmente mais adequadas se comparadas a diversos modelos convencionais.
Fonte: Agência ALESC – Gabinetes