Técnico da CASAN fazendo uso do geofonamento. Foto: Acervo CASAN.
Localizar vazamentos que não são visíveis na superfície da terra, sem aberturas desnecessárias na via ou comprometimento do trânsito e abastecimento, requer habilidade. Quando anoitece e as ruas ficam menos barulhentas, entram em cena as equipes especializadas da CASAN (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento). Os profissionais posicionam um geofone, dispositivo portátil que possui um sensor de som sensível e amplificador interno, próximo às tubulações subterrâneas em busca de vibrações ocasionadas por escapes.
“À noite os ruídos externos diminuem, o que facilita a identificação de eventuais pontos de vazamento. O trabalho de geofonamento consiste basicamente em ouvir o movimento da água dentro da rede à procura de vazamentos ocultos. Quando há vazamento, o geofone capta no cavalete da ligação ou no solo o som característico da água saindo da tubulação, no ponto em que está rompida”, explica Felipe Golin Neri, gerente do Setor Operacional de Água da CASAN.
O aparelho ajuda em uma meta importante da companhia, de reduzir as perdas de água decorrentes de vazamentos e fraudes. Para se ter uma ideia do impacto dessas intercorrências em todo o sistema de abastecimento, uma estimativa do órgão mostra que cerca de 46% da água em Florianópolis encontra outro caminho antes de chegar à torneira dos consumidores. Boa parte dela, cerca de 8%, é desviada por ligações clandestinas.
Por isso, identificar o que está acontecendo embaixo da terra sem escavações se torna mais efetivo com o geofonamento, já que capta ruídos e vibrações de vazamentos em diversas profundidades, permitindo que o profissional ateste o ponto exato do vazamento. Desse modo, o reparo é feito no local do problema, poupando gastos evitáveis e abertura de valas nas ruas.
Equipe da CASAN perfurando ponto de vazamento captado à noite pelo geofonamento. Foto: Acervo CASAN.
Técnica combate vazamentos de água
O geofonamento é uma técnica moderna para descobrir vazamentos e irregularidades na rede de água de grandes cidades, pois sua utilização reduz os impactos de aberturas exploratórias nas vias, diminui os gastos públicos com essas obras e ainda evita o desperdício de água tratada que deveria estar sendo levada aos contribuintes.
Apesar de inovadora, o geofonamento se baseia em um princípio bastante simples: escutar o som da tubulação para identificar possíveis escapes no subsolo. Isso porque a água em movimento gera um barulho característico e emana vibrações que podem ser escutadas com geofones, sensíveis a essas ondas sonoras.
Em pontos em que há suspeita de vazamentos ou desvio de água, a técnica é aplicada. Nesses lugares, profissionais especializados da CASAN têm uma tarefa importante. São eles que irão operar os instrumentos, captar os sinais e decodificar os dados coletados para identificar a presença de vazamentos ou ligações clandestinas.
De modo geral, o geofonamento é utilizado em conjunto com outras técnicas que possibilitem a identificação mais rápida e precisa de adversidades na rede, como o uso de corante na água, constante inspeção visual das tubulações e uma análise periódica na pressão de todo o sistema.
Fonte: Governo SC