De acordo com o Banco Central (BC), os brasileiros ainda não retiraram um total de R$ 7,08 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro. Até o momento, o Sistema de Valores a Receber (SVR) conseguiu devolver apenas R$ 3,93 bilhões, de um montante de R$ 11,01 bilhões disponibilizado pelas instituições financeiras.
Em relação ao número de beneficiários, apenas 35,93% dos 38.876.360 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro do ano passado, resgataram os valores, o que corresponde a 13.970.528 pessoas. Dos que já realizaram o resgate, 13.477.382 são pessoas físicas e 493.146 são pessoas jurídicas. Por outro lado, ainda restam 36.120.242 pessoas físicas e 2.756.118 pessoas jurídicas que não resgataram os valores.
A maioria dos valores não resgatados é composta por pequenas quantias. Os beneficiários com valores a receber de até R$ 10 representam 62,68% do total. A faixa entre R$ 10,01 e R$ 100 corresponde a 25,24% dos correntistas, enquanto valores entre R$ 100,01 e R$ 1.000 representam 10,31%. Apenas 1,78% dos beneficiários têm direito a receber mais de R$ 1.000.
Após quase um ano fora de operação, o SVR foi reaberto em março com melhorias, como um novo sistema de agendamento, novas fontes de recursos e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em março, foram resgatados R$ 505 milhões, enquanto em abril esse valor caiu para R$ 259 milhões.
Entre as melhorias implementadas, destaca-se a impressão de telas e protocolos de solicitação para compartilhamento via WhatsApp, a inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR e a criação de uma sala de espera virtual, que permite a consulta no mesmo dia para todos os usuários, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou fundação da empresa.
Além disso, agora é possível consultar os valores de pessoas falecidas, com acesso para herdeiros, representantes testamentários, inventariantes ou representantes legais. O sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há maior transparência para contas conjuntas, permitindo que um dos titulares visualize informações, como valor, data e CPF da pessoa que solicitou o resgate.
O SVR também incluiu fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado, como contas de pagamento pré ou pós-pagas encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas, e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.
O Banco Central alerta os correntistas a tomarem cuidado com golpes de estelionatários que se passam por intermediários para resgatar os valores esquecidos. O BC enfatiza que todos os serviços do Valores a Receber são gratuitos e que o órgão não envia links nem entra em contato para tratar de resgates de valores ou para confirmar dados pessoais.
O BC ressalta que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. Além disso, o órgão enfatiza que nenhum cidadão deve fornecer senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer esse tipo de solicitação.
É importante que os beneficiários estejam atentos a possíveis golpes e que utilizem apenas os canais oficiais para realizar consultas e solicitar resgates. O Banco Central está empenhado em garantir a transparência e a segurança nesse processo, facilitando o acesso dos correntistas aos valores esquecidos e evitando qualquer tipo de fraude.
Portanto, é fundamental que os brasileiros verifiquem se possuem recursos esquecidos no sistema financeiro por meio do Sistema de Valores a Receber e tomem as medidas necessárias para resgatá-los. Esses recursos podem representar uma importante fonte de apoio financeiro para os beneficiários e contribuir para a melhoria de suas condições econômicas.
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