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Os fundadores da empresa Dumeio Sustentável de Jaraguá do Sul têm em comum o gosto pela pesquisa e pela ciência. Eles identificaram na celulose bacteriana um potencial ainda pouco explorado no setor da moda: um substituto para o couro animal.
“Durante dois anos realizamos um trabalho incansável na pesquisa e transformação da celulose bacteriana em um material passível das mesmas aplicações que o couro animal e laminados sintéticos”, explica Henrique Medeiros, CEO da empresa.
A Incubação no JaraguaTec do Centro de Inovação Novale Hub começou em 2020 e representou um marco para a empresa. “Tivemos uma estrutura adequada ao nosso empreendimento. O acesso a workshops e a uma vasta rede de contatos também foram importantes para crescermos, além da elegibilidade para concorrer a diversos editais de fomento”, conta Morgana Stegemann, diretora de marketing da empresa.
Exemplos como este motivam ainda mais o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcelo Fett. “Cada Centro de Inovação deve estimular o ecossistema local e criar uma cultura para gerar e escalar negócios inovadores. Estes espaços motivam e conduzem empreendedores a compartilhar ideias, colaborar com outras equipes e criar modelos de negócios vencedores”, destaca Fett.
A empresa já firmou parcerias com grandes estilistas e empresas, com direito a participação no São Paulo Fashion Week. A empresa também foi destaque em diversos programas de aceleração, como o 3º lugar no Jornada Startups da Fapesc/Sebrae e conquistaram dois editais, o Bolsa Rhae e o programa Mulheres+Tec da Fapesc. “Não é fácil fazer pesquisa realmente inovadora no Brasil, e ainda há muito que pesquisar na celulose bacteriana para que ela de fato se torne uma matéria-prima de luxo, como almejamos. Mas o caminho trilhado mostrou que é possível, e que falta pouco para lançarmos os primeiros protótipos comerciais”, projeta Cristiane Stegemann, diretora de pesquisa e desenvolvimento.
O processo
A celulose bacteriana é um composto orgânico polimérico abundante, sintetizado após o processo de fermentação das bactérias. Seu processo de biofabricação consiste no cultivo de uma solução com a presença da cultura simbiótica entre bactérias e leveduras, juntamente com carboidratos (como açúcar) e nutrientes (como chás). A produção da celulose bacteriana é realizada durante o processo de fermentação do chá, gerando um biofilme à base de celulose na interface ar-líquido.
Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação
Maria Paula Canziani
Fonte: Governo SC
