O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta quinta-feira (2), em depoimento à PF (Polícia Federal), que usou uma “metáfora” ao dizer que “todo mundo” tinha uma minuta do golpe em casa. A informação foi divulgada pelo portal g1.
Durante a oitiva, o presidente do PL disse também que recebeu “duas ou três propostas” da “minuta do golpe”. Segundo ele, os documentos não tinham identificação e “simplesmente moía” os textos.
Além disso, contou que “nunca levou ao conhecimento do partido” e que não tratou do assunto com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Celular apreendido. Após prestar depoimento, Valdemar entregou o celular para os investigadores.
Por que Valdemar prestou depoimento?
O depoimento foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no âmbito do inquérito que apura o documento golpista encontrado pela PF na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal.
Em entrevista ao jornal O Globo, Valdemar afirmou que integrantes e interlocutores da gestão Jair Bolsonaro tinham em suas casas propostas parecidas à “minuta do golpe”.
“Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelos Correios, que recebi em evento político. Tinha gente que colocava [o papel] no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar”, falou ele.
“Aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo”, acrescentou.
O que a minuta golpista pretendia?
Declarar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o objetivo de reverter o resultado da eleição de outubro do ano passado, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vencedor.