Um dos temas que mais preocupou o PT durante a campanha, a segurança do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atingirá um novo patamar.
Responsável pela proteção do petista até 1º de janeiro, a Polícia Federal prepara um esquema de segurança especial para o local onde ocorrerá a transição, em Brasília.
Ele envolve ações de combate a grampos telefônicos e a ameaças cibernéticas, dois dos principais temores do futuro governo.
Todas as atenções estão voltadas para o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) da capital, espaço em que funcionará o governo provisório.
Ontem à tarde, agentes da PF fizeram a primeira vistoria no local, horas antes de Lula desembarcar na cidade pela primeira vez após a eleição.
Assim como ocorreu nesta terça-feira, estão previstas ações frequentes de varreduras antibombas, com equipamentos, agentes e cães farejadores.
Os ambientes ocupados pelos integrantes da transição terão monitoramento quase diário para identificação de grampos, uma preocupação da equipe de segurança do presidente eleito, chefiada pelo delegado Andrei Rodrigues.
Nessas inspeções, os policiais buscam dispositivos de interceptação de áudio, vídeo ou sinal de celular.
Haverá outro procedimento específico para oferecer segurança cibernética à rede de computadores colocados à disposição das autoridades que vão trabalhar no CCBB.
O objetivo é garantir a segurança das informações que irão basear relatórios, além de evitar ataques hackers ou qualquer problema que ameace a rede ou gere perda de dados.
As salas do presidente eleito, assim como do vice eleito, Geraldo Alckmin, e dos quatro principais coordenadores da transição terão acesso restrito. Haverá presença constante de policiais em frente às portas das salas de Lula e Alckmin.
Além disso, foi reservado um espaço à PF bem próximo aos gabinetes provisórios de ambos. Neste perímetro, poderão circular somente pessoas da absoluta confiança do núcleo petista.
Só chegarão próximo as salas de Lula e Alckmin aqueles que tiverem credenciamento específico — todos os integrantes da transição serão credenciados com diferentes níveis de acesso a áreas do CCBB.
Ao todo, o governo de transição terá 31 grupos temáticos.
Além de detector de metal, o CCBB contará a presença constante de policias federais, seguranças privados e policiais militares do Distrito Federal.
O grupo tático da PF também dará apoio durante o período e agentes de inteligência atuarão no monitoramento de eventuais ameaças.
Até a data da posse, em 1º de janeiro, agentes da PF farão a segurança de Lula. Após assumir a presidência, a proteção dele ficará a cargo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).