“O mais importante desde o início é a proteção. Busco fazer com que ela se sinta protegida com a gente, para que ela possa apenas ser uma criança, livre de preocupações. Ela nos ensina diariamente sobre amor”. É assim que Ivana Letícia Krüger, 34 anos, descreve o cuidado que tem com Magali*, menina acolhida por ela através do programa Família Acolhedora.
Afastada da família de origem depois de uma decisão judicial, Magali* foi beneficiada pela iniciativa criada em 2014 pelo Governo Federal, que proporciona acolhimento para crianças e adolescentes afastadas do convívio familiar em decorrência da violação ou ameaça de direitos previstos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.
Em Florianópolis, interessados em oferecer acolhimento devem se candidatar, passar por seleção e capacitação por meio do Instituto Hope House, parceiro da Prefeitura. “Enxergamos no Famílias Acolhedoras uma vertente genuína de amor e carinho para essas crianças que sonham com um lar verdadeiro. Em acolhimento familiar elas têm um melhor desenvolvimento do que no acolhimento institucional”, comenta Themis Duranti, presidente do Instituto.
Como o nome do programa elucida, trata-se de uma iniciativa de acolhimento, diferente da adoção. São pressupostos do Família Acolhedora o caráter temporário e excepcional, até que seja viabilizada uma solução permanente para a criança ou adolescente por via judicial. A atuação da família acolhedora é voluntária, mas o programa prevê um subsídio financeiro destinado, exclusivamente, para auxiliar com despesas da criança ou adolescente durante o período do acolhimento.
“Desde o início entramos com a consciência de que, não importa o que aconteça, é passageiro. A ideia é fazer o melhor possível nesse tempo. Alguns familiares nossos têm certa resistência, mas esperamos que daqui alguns anos, com mais famílias participando e mais crianças sendo acolhidas, a situação seja mais normal”, comenta Ivana.
Para integrar a rede de famílias acolhedoras o candidato precisa ser considerado apto. O processo engloba a declaração de interesse, cadastro e uma etapa de capacitação. “Depois do primeiro contato com a equipe, enviamos nossa documentação. Foi feita visita na nossa casa e algum tempo depois tivemos a capacitação. A parte que mais me marcou no curso foi o dia em que um casal participou do encontro para compartilhar a experiência deles. O brilho no olhar…ali eu tive a certeza que estava fazendo a melhor escolha”.
Para o secretário municipal de assistência social em exercício, Sandro Andretti, o processo de acolhimento familiar tem na criação de memórias afetivas sua principal vantagem. “As crianças em acolhimento familiar são capazes de estabelecer vínculos mais estáveis, com adultos que acabam servindo como referência, o que favorece todo o processo de desenvolvimento. São características que observamos no programa e essenciais para o bem-estar desse público”.
*O nome da criança foi substituído por um fictício para resguardar sua identidade
Contato Instituto Hope House
Telefone: (48) 3065-5520
Site: hopehouse.org.br
Fonte: Prefeitura de Florianópolis
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