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Caminhada inclusiva marca o Dia Nacional da Luta Antimanicomial


Um grande público caminhou pelas ruas do Centro de Joinville na manhã desta quarta-feira (18/5), para mostrar que as pessoas com transtornos mentais são iguais a todo mundo. E, como todo mundo, diferentes. Esse evento festivo e inclusivo marcou o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, que reuniu profissionais da saúde, usuários dos Sois e Caps e dezenas de outras pessoas em uma caminhada da Praça da Bandeira até a Associação Catarinense de Ensino (ACE).

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Segundo Ana Caroline Giacomini, psicóloga da Secretaria da Saúde da Prefeitura de Joinville, o objetivo do Dia Nacional da Luta Antimanicomial é quebrar estigmas.

“As pessoas podem ser tratadas em liberdade e conviver em sociedade normalmente. Nosso objetivo é fazer o engajamento, a conscientização, aumentar a proximidade da sociedade, porque a luta é de todos”, afirma Ana.

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Um dos participantes da caminhada foi Marco Antônio Marcus. Usuário dos Serviços Organizados de Inclusão Social (Sois) desde 2004, ele é um leitor voraz das obras de Sigmund Freud, Carl Jung e do brasileiro Augusto Cury.

“Sobre as pessoas com transtorno mentais serem iguais a todos, vou citar algo que o Augusto Cury escreveu: se você ligar para o seu médico e relatar para ele que está com problemas de esquecimento, o médico vai dizer que está sofrendo do mesmo mal. Todos temos problemas”, pontua Marco, que já foi em eventos da Luta Antimanicomial em várias cidades do Brasil.

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A estudante de psicologia Gabriele Rodrigues participou da caminhada e elogia seu caráter inclusivo.

“Esse movimento mostra a todos quem faz uso do serviço e quebra os esteriótipos que muitas pessoas fazem desses indivíduos. É a mesma pessoa que circula contigo na rua, no dia a dia”, diz a estudante.

Para o coordenador do Sois, Rogério Amâncio, desde a aprovação da Lei 10.216/2.001, que trata da proteção dos direitos das pessoas com transtornos mentais, a população entende melhor o tratamento em liberdade.

“Hoje, o tratamento é muito mais humanizado. O doente mental é visto como um cidadão, muito mais do que nos tempos dos manicômios. A luta é para que não se volte ao modelo anterior e continue como é hoje, com os atendimentos nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e nos Sois”, explica Rogério.

Semana Municipal de Conscientização e Orientação sobre a Saúde Mental

Na abertura da Semana Municipal ocorreu a mesa redonda “Memórias da Loucura”, com a presença de Walter Farias, ex-funcionário que se tornou paciente do Juquery e o jornalista Daniel Navarro Sonim, autor dos livros “Cinzas do Juquery” – os horrores no maior hospital psiquiátrico do Brasil, e “O Capa-Branca”- de funcionário a paciente de um dos maiores hospitais psiquiátricos do Brasil”.

“Essas memórias são resgatadas por um dos funcionários que virou paciente dessa instituição nos anos 70. Ele começou como atendente de enfermagem em uma das clínicas psiquiátricas do complexo. Depois, foi transferido para um manicômio judiciário para tratar de internos que chegavam lá por que tinham cometido crimes. Essa realidade abalou a sanidade e ele não viu alternativa, a não ser se internar para se tratar”, relata Daniel.

“Após esse contexto pandêmico essa Semana é essencial porque traz à tona discussões sobre políticas públicas, especialmente os desafios de estruturas legais e financiamento. Hoje a saúde mental é um desafio de primeira ordem”, avalia o secretário da Saúde de Joinville, Jean Rodrigues da Silva.

A cerimônia contou ainda com apresentação da peça “Louco é Pouco”, do Grupo de Teatro Arte Para Todos. O grupo é um coletivo de experimentação em teatro, performance e contação de histórias, formado por participantes da Oficina de Teatro SOIS, em parceria com o Programa de Extensão Comunitária da Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior e o Programa de Formação Cultural do Instituto de Pesquisa da Arte pelo Movimento – IMPAR.

Durante todo o dia 19/5, a programação da Semana Municipal de Conscientização e Orientação sobre a Saúde Mental prossegue na Univille – Campus Bom Retiro (rua Paulo Malschitzki, 10), que será palco de ações voltadas à prática de atividades físicas.

O último dia da Semana Municipal de Conscientização e Orientação sobre a Saúde Mental é 20/5. Durante todo o dia, na Associação Educacional Luterana Bom Jesus (Ielusc), unidade da rua Princesa Isabel, 438, ocorrem ações de cuidado voltadas aos trabalhadores dos serviços de saúde mental do município.

A Semana Municipal de Conscientização e Orientação tem o apoio da Unisociesc, ACE, Univille, Ielusc, Faculdade Censupeg, Dunamis Escola de Dança, Repart – Associação de Recuperação para o Trabalho, Casa do Capitão e Hotel Mattes.

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Redação SC Hoje
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