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QUEM FOI EVANDRO DE SOUSA?


Era uma vez um garoto pobre, morador da Caeira do Saco dos Limões, no Maciço do Morro da Cruz, região central de Florianópolis, nascido em 12 de novembro de 1987. Passou em três vestibulares. O primeiro foi para Psicologia. Doeu muito para mãe, Rosemeri Melo, mas ela não tinha condições financeiras de bancar esse curso, particular, para o filho. Passou também para Design de Moda na Universidade do Estado de Santa Catarina, Udesc. Na Ufsc fez vestibular para o Curso de Letras.
 
Entrou, então, aos 18 anos de idade, para o ensino superior na Federal de Santa Catarina. Aplicado, foi o melhor estudante da turma.
 
Lá está escrito, em 19 de setembro de 2009, no diploma guardado pela mãe: “O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina…. confere a Evandro de Sousa diploma de Mérito Estudantil por ter obtido o melhor índice de aproveitamento no Curso de Letras Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa”.
 
“Eu não tenho uma lembrança do meu filho que não fosse com um livro na mão, era muito inteligente”, diz Meri, como é conhecida. “Ele tinha muitos sonhos, ele pensava em ser escritor”. Também gostava de ensinar as crianças carentes que tinham dificuldade na leitura.
 
“Quando ele pegava uma criança que tinha dificuldade na leitura em meia hora a criança saía lendo. Era a coisa mais linda de se ver ele interagindo com a garotada”. A sala de aula era a sala da casa da família.
 
Evandro analisava, ressalta a mãe, que o problema não está na criança, muitas vezes está no professor dentro de sala que tem muitas crianças para olhar e ensinar. “Quando eu pego, eu pego uma criança, foco naquela criança e tudo sai mais fácil”, dizia o filho para Meri.
 
Conforme a mãe, Evandro relatava aos quatro cantos que a profissão de professor deve ser muito valorizada. Dizia que o professor está sempre ao lado para que a criança, o jovem deem os primeiros passos rumo a uma profissão. É pelo professor que todos começam uma trajetória de vida.
 
Evandro estava no segundo ano do doutorado em Literatura na Universidade Federal, quando faleceu no dia 2 de outubro de 2013.
 
Evandro de Sousa virou nome do Núcleo de Educação Infantil Municipal da Prefeitura de Florianópolis, na região onde ele morava com a mãe e um irmão.
 
A unidade iniciará seu funcionamento ainda no mês de abril e terá a capacidade para atender 200 crianças.
 
“Eu penso que o nome do Evandro para a creche significa um incentivo a todas as crianças carentes, de comunidades carentes, que vêm de famílias humildes. Elas podem ser doutores naquilo que quiserem, não importa o lugar onde eles vivem e nem da família de origem que eles vêm”.
 
Para Rosemeri, que já foi presidente da Associação dos Moradores da Caeira do Saco dos Limões, todos têm que saber que o potencial está dentro de cada um de nós, só basta ter boa vontade e seguir os passos firmes naquilo em que a pessoa realmente quer. “Todos devem saber que não é o lugar e nem a família, mas sim a vontade de crescer que faz a diferença”.
 
Um ano após a morte do filho, Rosemeri teve uma supresa. Foi procurada pela Editora Ufsc. Era para assinar alguns documentos para que a editora pudesse finalizar a tradução do livro francês “Ser eu”.
 
Juntamente com Carolina Dittrich quem traduziu a obra foi justamente Evandro de Sousa. “Eles me procuraram bem no Dia das Mães, foi um presente que meu filho me deixou, eu nem sabia que ele estava traduzindo esse livro”.


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