O deputado estadual Celso Zuchi (PT) disse que a Petrobras passa por um processo de esquartejamento. A empresa não tem mais capacidade de cumprir o seu papel estratégico de contenção do impacto da variação do preço internacional do petróleo no mercado interno. Na semana passada, a companhia anunciou mais um aumento nos preços dos combustíveis: 18,8% na gasolina, 24,9% no óleo diesel e 16,1% no gás de cozinha.
“A Política de Preço de Paridade de Importação (PPI) dolarizou o preço dos combustíveis no Brasil e relegou à Petrobras, que descobriu, nos governos do PT, o pré-sal — as maiores reservas de petróleo do século 21 —, a condição de exportadora de óleo cru”, pontuou o deputado.
Zuchi informou que, em 2021, a Petrobras registrou enorme lucro líquido, de US$ 19,1 bilhões, e geração de caixa operacional de US$ 37,6 bilhões, que se refletiram em um desempenho extremamente favorável na sua margem líquida (lucro líquido sobre receitas de vendas) de 23,7% e de geração de caixa operacional, de 45%.
“Esse desempenho foi, no mínimo, duas vezes superior à média das maiores petroleiras internacionais em 2021. O ROE, que significa retorno sobre o patrimônio líquido, médio das petroleiras foi de 12%, ao passo que o da Petrobras foi de 27,5%”, detalhou.
Segundo o parlamentar, o superlucro da Petrobras em 2021 é explicado, sobretudo, pela precificação dos derivados (PPI) que proporciona maiores lucros para os seus acionistas, em detrimento dos consumidores. “Com isso, a Petrobras passou a exercer o seu poder de mercado, deixando de lado a sua face estatal, mesmo sendo uma empresa pública sob o controle do Governo Federal.”
Entre 2020 e 2021, os preços médios da gasolina, do diesel e do total de derivados nas refinarias da Petrobras elevaram-se, respectivamente, em 68%, 57% e 54%.
Zuchi comentou que, mesmo com o enorme montante de lucros, a empresa não amplia os investimentos e a renda petrolífera, cada vez maior em decorrência do pré-sal, está sendo apropriada por poucos e de forma acelerada sem uma preocupação com o futuro do país.
Ele denuncia que as privatizações, a diminuição de carga de processamento e a redução dos investimentos em refino tornaram o Brasil dependente da importação de cerca de 30% de gasolina, diesel e gás.
“Resultado: a Petrobras com menos força, sem a BR Distribuidora, sem a Liquigás, com apenas metade dos navios petroleiros da Transpetro, sem os gasodutos, e refém da PPI, não consegue mais reduzir sozinha o preço interno dos produtos.”
Juliana Wilke
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