As irmãs Ana Carolina e Andréia Peres convidam colegas do meio artístico, psicólogos, psiquiatras, pesquisadores, acadêmicos, filósofos, entusiastas das artes cênicas, visuais e filosóficas, agentes socioculturais, produtores artísticos, autistas e público em geral para dois dias de imersão na arte contemporânea do teatro. As apresentações gratuitas, nos dias 8 e 9 de março, às 19h, têm como palco o Auditório Carlos Jardim (Rua XV de Novembro, 161, Centro).
O público poderá imergir pessoalmente na proposta “Não sei se tenho capacidade cognitiva para mais nada disso”, elaborada no segundo semestre de 2021 pela atriz e escritora Ana Carolina e a irmã, a artista pesquisadora Andréia Peres. Ao adentrar no espaço, o público terá a sensação de que há um ensaio acontecendo, mas à medida que se aproxima e sobe no palco, e contorna a estrutura projetada, o público percebe que se trata de uma experiência sonora e visual, onde a atriz não se encontra em cena. “Uma obra site specific que é uma dramaturgia; um ensaio que é uma peça teatral, que permite ao público experimentar tudo de perto, em cima do palco. Se estabelece uma dinâmica estético-poética crescente entre artista, obra e fruidor, e se revela os bastidores da práxis artística”, explicam as irmãs.
O fruidor se coloca numa imersão que olha para trás e para dentro, onde a estrutura é corpo, são artérias e veias vitais, e é cenário de uma atriz dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA). “O fruidor encena a vida do outro, a vida da artista, enquanto esta se permite distanciar do trabalho de se apresentar como tal, buscando uma práxis de representatividade singular nesse espaço e tempo através das camadas do espectro autista. Um ensaio de si, que Foucault aponta como modo de subjetivação centrado na ideia de um si que deveria ser criado como obra de arte”.
Não seria a primeira vez que uma estrutura semelhante a um cubo é experimentada nas produções de arte contemporânea, mas talvez seja a primeira vez que o autismo esteja intrínseco. Em outubro de 2021 esta proposta foi submetida ao Edital Aldir Blanc de Santa Catarina, sendo selecionada em dezembro e possibilitando sua realização, inicialmente nas cidades de Blumenau e Rio do Sul no primeiro semestre de 2022.
As duas primeiras montagens são executadas com recursos da Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural, por meio da Fundação Catarinense da Cultura e apoiadas pela Fundação Cultural de Rio do Sul e pela Secretaria Municipal de Cultura e Relações Institucionais de Blumenau. O projeto e obra têm co-autoria e montagem das irmãs, sendo que Andréia Peres executa o design e produção gráfica, e Ana Carolina é responsável também pela produção cultural e executiva.
Saiba mais
Obra-ensaio site specific: “Não sei se tenho capacidade cognitiva para mais nada disso”
Dias 8 e 9 de março, às 19h às 21h
No Auditório Carlos Jardim (Rua XV de Novembro, 161, Centro)
Classificação livre
Entrada gratuita
Obrigatório o uso de máscara
Ordem de entrada por chegada
Espera em fila: apenas se houver quantidade significativa de pessoas em cima do palco
Agendamentos, informações e visitas guiadas somente para o dia 9 de março
E-mail: [email protected]
WhatsApp: (47) 9 8436-3781 ou (47) 9 8922-4729
Assessor de Comunicação: Sérgio Antonello
postada em 03/03/2022 17:15 – 10 visualizações
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