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Avanço da dengue é tema de audiência pública na Alesc


A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa realizou na manhã desta terça-feira (14) audiência pública para tratar do número crescente de casos de dengue no estado. O presidente da Comissão de Saúde, deputado Neodi Saretta (PT), abriu o evento e o debate foi coordenado pelo vice-presidente da comissão, deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB).

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A audiência pública foi solicitada pela Federação de Consórcios, Associações e Municípios de Santa Catarina (Fecam). O objetivo foi encaminhar questões para o enfrentamento dos casos de dengue na região norte de Santa Catarina e na Grande Florianópolis. Foram convidados representantes do governo do Estado, da área da saúde e da vigilância epidemiológica e secretários municipais de Saúde.

“Estamos na estação do ano de maior risco de transmissão das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que são a dengue, o zika vírus e a chikungunya. Infelizmente já temos um recorde de casos e várias cidades infestadas pelo mosquito. A audiência foi um importante momento para debater a situação e definir ações. A colaboração dos municípios e da sociedade é essencial para o êxito de qualquer ação sanitária”, afirmou o deputado Dr. Vicente.

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Caropreso enfatizou a importância de o governo do Estado realizar a apresentação sobre a distribuição da doença, informando os focos e medidas em parceria com as regionais de saúde e os municípios. Na oportunidade houve relato dos municípios de Florianóplis, Joinville, Blumenau, Chapecó e Balneário Camboriú.

Dengue em SC
O estado registra um recorde histórico de casos de dengue. Até o início de novembro, foram 18.948 casos confirmados da doença. No ano passado foram 11.376 casos confirmados.

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Este ano já foram registrados seis óbitos por dengue em Santa Catarina, sendo cinco em Joinville e um em Camboriú. Há 4 anos não havia registro de morte pela doença no estado. Os últimos registros ocorreram nos municípios de Chapecó (1) e Pinhalzinho (1), localizados na região Oeste, em 2016.

Pronunciamentos
Dr. Vicente Caropreso afirmou que o poder público acabou afrouxando as medidas de combate devido à pandemia de Covid e isso teria agravado a situação em relação aos surtos de dengue.

“Temos que discutir agora para que não sejamos surpreendidos nos próximos meses. Uma audiência não acaba com os problemas, mas precisamos discutir e levantar ideias. O verão é um período crítico em relação ao aumento de focos. Estamos cumprindo com o papel do parlamento em alertar e chamar atenção”.

O parlamentar afirmou ainda que seria necessário um montante maior de recursos dos governos, mais conscientização nas escolas e criação de legislação com práticas comuns nos municípios.

Para o superintendente de vigilância em saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Eduardo Marques Macário, que no ato esteve representando o secretário, André Motta Ribeiro, a pandemia da Covid prejudicou o enfrentamento de outras doenças. “Até há pouco tempo tivemos poucos casos e hoje estamos com um cenário agravado. Os agentes de endemias locais acabaram diminuindo a carga de trabalho em função da pandemia”.

O diretor de vigilância epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, João Augusto Fuck, apresentou a situação epidemiológica de todas as regiões e informou que 118 municípios teriam infestação, com destaque para a região Oeste, onde a doença estaria presente há mais tempo.
Fuck elencou ações realizadas em 17 regionais de saúde em 2021. Todas visando o combate, diagnóstico e o tratamento. “Em 2021 houve o registro do maior número de casos, somando um total de 19.000. Já tivemos sete óbitos e em 57 municípios tivemos casos de transmissão”.

O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) e secretário de Saúde de Tubarão, Daisson José Trevisol, usou a palavra para colocar a entidade à disposição do Estado e dos municípios no enfrentamento da dengue.

Coordenador institucional da Fecam, Rodrigo Fachini apresentou experiências exitosas no combate à dengue em Joinville, tomadas em anos anteriores, porém ressaltou o recente agravamento da situação com a incidência de cinco óbitos somente em 2021. “É um combate que precisa estar alinhado entre o poder público e a sociedade.”

O consultor de saúde da Fecam, Jailson Lima, disse que a audiência foi proposta devido à negligência do Estado no combate à dengue. “É preciso tomar uma melhor postura no combate. Faltam ações efetivas em parceria com os municípios. Será necessária uma postura contundente”.

Para o secretário de Saúde de Joinville, Jean Rodrigues da Silva, trata-se de um combate conjunto entre governo e sociedade. Relatou que em 2021 já teriam sido eliminados 10 mil focos. Também destacou parcerias com cidades do país que tiveram êxito no combate e citou Niterói (RJ) e Campo Grande (MS). “Fomos em busca de novas tecnologias, mas precisamos de mais parcerias com o estado e a União. Os mutirões vão continuar durante os próximos dias e meses para conter o avanço da curva de contágio.”

O secretário de Saúde de Chapecó, Luiz Carlos Balzan, elencou várias ações tomadas no município e destacou a criação da sala de situação e os mutirões para a coleta de lixo e entulhos. “Também reduzimos os focos em pneus com a implantação de Ecopontos e realizamos um trabalho de conscientização para cuidados com vasos colocados em cemitérios”.

A diretora de vigilância da Secretaria de Saúde de Blumenau, Jeckeline Maria Sartor, informou que no município atuam 75 agentes de endemias e que haveria mais de 2 mil focos. Ela disse que a aquisição de produtos químicos proporcionou consideráveis resultados. Segundo a dirigente, a retirada de pneus também seria uma ação constante e que os maiores problemas estariam nas residências, apesar das campanhas publicitárias de conscientização. Jeckeline criticou ainda a rotatividade expressiva dos agentes endêmicos que acabam abandonando a função devido aos baixos salários.

O secretário de Saúde de Florianópolis, Carlos Alberto Justo da Silva, alertou para o aumento anual vertiginoso do número de casos de dengue no país, agravado pelas condições climáticas favoráveis devido ao aumento das temperaturas. Informou que em Florianópolis há mais de 6 mil focos e um dos agravantes seria as casas de veraneio que ficam abandonadas durante o período de frio.
“Novas parcerias e novas tecnologias de combate são fundamentais. Precisamos definir novas estratégias”.

A audiência pública ainda teve a participação da secretária de Saúde de Balneário Camboriú, Leila Crocomo, que elencou ações desenvolvidas naquele município.
 

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Redação SC Hoje
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