Uma sociedade que se verticalizou na inteligência e na tecnologia

    EQUÍVOCOS DO MUNDO
    Marta

    Em tempo algum como o nosso, o homem foi aureolado por tão abundantes conquistas materiais.
    E no meio de uma sociedade que se verticalizou na inteligência e na tecnologia, experimenta as dolorosas interrogações de uma existência tão frágil.
    Amplificou as ciências que desenvolveu ao longo de milênios, devassando a matéria que o cerca nos seus mínimos segredos, mas queda-se desconhecido de si mesmo.
    Dominou e domina a muitos, incapaz de ter controle sobre as paixões e as emoções, quando estas irrompem, voluptuosas, como as vagas de um mar em fúria.
    Seus templos de pedra jazem silenciosos nas respostas e entupidos de fiéis, sedentos de equacionarem o enigma da própria vida.
    Colossais bibliotecas conservam a admirável cultura, produzida em milênios de estudos e discussões, mas o de que menos precisa a criatura da atualidade é de discussões.
    Precisa de silêncio, que não consegue ter, porque sua existência está cercada de barulho.
    A poluição sonora talvez seja mais danosa que a contaminação radioativa. Esta, contamina o externo, ceifando a vida na sua forma de aparência. Aquela, inviabiliza o ser conhecer o próprio ser. E sem o conhecimento de si mesmo, o homem permanece desorientado e tangido pelos equívocos do mundo.
    Quantas viagens para fora, quase nenhuma para dentro!
    Sempre agitado, buscando acumular coisas que vai deixar, o ser não cogita de sua própria imortalidade, a tendo, quando muito, como um conceito filosófico ou religioso que proclama nos lábios, mas não a sente pela consciência.
    Teme a morte em plena vida.
    E quando por ela visitado, declara bancarrota da vida.
    Tem, mas não é.
    Acumulou, mas é miserável em seus próprios domínios.
    Conhece, mas não sabe.
    Domina, mas não sente.
    Produziu em si mesmo um divórcio litigioso. Seu corpo, transitório como a crisálida pendurada na folha e açoitada pelo vento, tornou-se senhora da existência, a tudo escravizando aos seus caprichos. O ser imortal que se é ficou em segundo plano, experimentando sempre fome de nutrição espiritual, a se preparar para tudo deixar um dia.
    Temos urgência de uma escola que prepare homens e mulheres para a vida espiritual. Que esqueça a matemática do mundo, a física newtoniana, a química passageira de Mendeleiev, a filosofia positivista. Não que elas não sejam importantes. Mas é preciso investir numa física da alma, numa química transcendente, numa matemática dos afetos, buscando equacionar quem somos e o que estamos fazendo aqui.
    Sem isso, seremos estrangeiros na Terra. Exilados no país das incertezas.
    Nautas em barco forte, sob tempestades violentas de inquietações constantes.
    Só o silêncio, nutrido de meditação profunda, poderá nos devolver a essência perdida. Grandes vultos nos últimos dois séculos perceberam isso e tentaram levar esse conhecimento para incontáveis multidões.
    Vivekananda, Ramakrishna, Yogananda, Sri Aurobindo, Prabhavananda foram mestres e avatares de um novo tempo, nem sempre compreendidos pelos seus próprios discípulos.
    Eles conseguiram atravessar o mundo sem pertencimento ao mundo. Dominaram as paixões e os desejos, colocando a energia da vida a serviço da iluminação de muitos.
    Se fizeram archotes acesos na noite escura da alma.
    O maior deles, Jesus Cristo, nos ensinou o caminho do permanente aperfeiçoamento.
    Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Ser instrumento nas mãos Divinas, sem fanatismo e sem arrogância. Amar o próximo sem posse do outro. E de si mesmo enamorar-se, sem narcisismo.
    Imensos desafios que o excesso de cerebração não tem permitido se realizar. Enquanto isso, o coração sente falta do Divino em si enjaulado.
    Dez minutos por dia de meditação já irá tornar a sociedade menos raivosa.
    Diminuirá os embates inúteis.
    Silenciará as querelas estéreis.
    Calará os canhões.
    Quem cultiva o país de si mesmo descobre mais vastos tesouros do que o comerciante de pedras preciosas, que as garimpa atrás de lucro.
    Cada Espírito é um diamante bruto que a Divindade colocou no rio caudaloso da vida para ser lapidado pelo esmeril da evolução. Está fadado ao brilho, ao esplendor.
    Nos falta acreditar e investir nisso. O mais, é simples ilusão das aparências do caminho.
    Deus, somente Deus.
    Nada mais do que Deus.
    Élzio e Marta
    Salvador, 21/09/2021
    Centro Espírita Caminho da Redenção
    Mansão do Caminho
    Psicografia de Marcel Cadidé Mariano
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