A Assembleia Legislativa de Santa Catarina começou a veicular neste domingo (13), nas principais emissoras de televisão, jornais, rádios e portais de internet catarinenses, uma campanha publicitária sobre o Observatório Estadual da Violência contra a Mulher (OVM-SC), em fase de implantação pelo Parlamento catarinense. Denominada “Donas de Si”, a campanha será acompanhada de uma série de cinco reportagens especiais, que será veiculada nas mídias da Alesc, trabalhando o combate à violência de gênero no México e no Peru.
O diretor de Comunicação Social da Alesc, Dayan Schütz, detalha que as peças publicitárias (três vídeos, três peças para o impresso e três spots para rádios) convocam a sociedade a se engajar nesta luta e são protagonizadas por mulheres que sofreram algum tipo de agressão e superaram a violência – os depoimentos são comoventes. O diretor salienta haverá uma segunda fase da campanha, que deverá ser veiculada em agosto e contará com outras peças publicitárias reforçando a importância do OVM e da superação da mulher.
Ele ressalta ainda que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Mauro de Nadal (MDB), quando apoiou a iniciativa, defendeu que a campanha não deveria colocar a mulher apenas como vítima, mas, sim, mostrassem a superação, que transmita a elas a possibilidade de vencer, por maior que sejam as dificuldades que elas estejam sofrendo. “Mostrar que existe um problema e que as mulheres podem superar.”
Dayan enfatiza ainda o fato de que a Alesc é a primeira Assembleia Legislativa do Brasil a desenvolver um projeto desta natureza.
Veiculação
Sob responsabilidade da Alesc, a campanha estreou no domingo à noite e será veiculado até o final deste mês. “Além de apresentar o Observatório, a campanha vai estimular a mulher, vítima de violência, a romper o silêncio e a denunciar”, avalia Michelle de Souza Gomes Hugill, secretaria da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). O site do Observatório deverá entrar no ar nos próximos dias.
Além do Poder Judiciário e da Bancada Feminina da Alesc, participam do Observatório o Governo do Estado de Santa Catarina, por meio das secretarias da Segurança Pública, Desenvolvimento Social, Saúde e Educação; Ministério Público de Santa Catarina; Defensoria Pública de Santa Catarina; OAB-SC; UFSC; Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e Ministério Público de Contas.
Discrepâncias
A deputada Luciane Carminatti (PT) disse que o Observatório da Violência Contra a Mulher vai evitar discrepâncias de informações, como as que ocorreram durante a pandemia. Durante os primeiros meses de isolamento social, os números de registros de boletins de ocorrência policial por violência doméstica apresentavam queda, ao mesmo tempo em que importantes organizações internacionais, como a ONU Mulheres, relatavam, com base no aumento de pedidos de ajuda em linhas telefônicas, que havia um incremento de casos em todo mundo e que as mulheres eram suas principais vítimas.
Luciane destacou que já há uma sala na Alesc para a instalação do Observatório e um site está sendo construído também pela Assembleia. A parlamentar adiantou que o site vai unificar e padronizar todas as informações, além de orientar as mulheres e as pessoas de uma forma geral a buscar apoio, ajuda e encaminhamentos em cada região e município catarinense.
“Não temos a pretensão de resolver o problema da violência, que é cultural, que vem da nossa educação, das nossas raízes patriarcais. É comum a gente escutar as mulheres dizerem que obedeciam primeiro o pai e, depois de casadas, o marido. O que nós queremos construir são direitos iguais. Homens e mulheres têm direitos iguais plenos, direito à vida, ao seu corpo, à sua liberdade”, afirmou a deputada.