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Boneca que “fabrica sorrisos” ajuda professora a vencer prêmio nacional de boas práticas


Uma boneca chamada MariBela, em tempos de Covid-19, conseguiu aproximar-se de crianças e familiares do Núcleo de Educação Infantil Municipal Costa de Dentro, em Florianópolis. O processo educativo, mesmo à distância, foi fortalecido e os pais ou responsáveis passaram a ficar mais tranquilos com o ano de 2021 que chegaria e que levaria as crianças para o primeiro ano do ensino fundamental.

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O projeto envolvendo essa personagem foi um dos vencedores do Prêmio Educação Infantil: Boas Práticas de Professores Durante a Pandemia. Iniciativa da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Fundação Itaú Social, Instituto Singularidades e Ponte a Ponte.

A ideia foi da professora Raquel Silveira de Almeida, com o apoio da profissional alfabetizadora Annabel Cristini Feijó Peres.

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A boneca de pano participou de histórias, aventuras, autorretratos, desenhos, músicas, vídeos, poesia. Visitou as casas das professoras.

De acordo com a professora Raquel Silveira, MariBela também participou dos eventos online das turmas com crianças e famílias.

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“A MariBela explicava sobre os momentos que vivíamos, curtindo as brincadeiras, dando dicas quanto à segurança para o retorno das atividades em 2021 e, principalmente, já se comprometendo em participar ativamente tanto dos grupos da educação infantil, quanto do primeiro ano do ensino fundamental, uma vez que não poderia deixar de visitar as crianças que iriam começar a frequentar essa etapa”.

O nome todo da personagem é Maria Ricota Belinha Saricota de Dentro. Tem olhos curiosos e é descabelada. Sua maior habilidade é fabricar sorrisos.

A boneca foi uma doação de uma das crianças do Neim Costa de Dentro. A família que doou a boneca, em 10 de setembro de 2020, já não mora mais no município de Florianópolis, mas está acompanhando de pertinho toda a trajetória de MariBela.

Para o Secretário de Educação de Florianópolis, Maurício Fernandes Pereira, a prática de encantar e vivenciar o mundo com os estudantes, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos é recorrente na rede municipal.

“A professora Raquel traz em sua prática, conhecimento, cultura, poesia, vida e relação humana. Mesmo com uma boneca”.

A pergunta que não quer calar


Querem saber porque MariBela carrega consigo a alcunha da “fábrica de sorrisos”?

Brincou com famílias e crianças pedindo que lhe fizessem seu retrato. Esteve nos lares das professoras e deu receita de massinha de modelar.

Cantou cantiga de roda, fez renda de bilro; indo a diferentes lugares da Ilha de Santa Catarina e fora dela, passando da Armação, Ribeirão e Rio Tavares, até sua primeira aventura na travessia das pontes, visitando São José e até mesmo São Pedro de Alcântara.

O prêmio vai para…

Foram premiadas 100 boas práticas no país, com o valor de R$1.000,00 e uma bolsa de curso no Instituto Singularidades, voltado para formação de professores, gestores e especialistas em educação.

O estado de Santa Catarina ficou em segundo lugar com o maior número de projetos inscritos, ficando atrás apenas de São Paulo. Nos premiados, também o estado catarinense manteve esse excelente ranking e abocanhou 13 propostas. Teve à sua frente novamente o estado paulista com 34 projetos vencedores.

O prêmio agraciou profissionais de escolas da rede pública direta e conveniadas.

Um pouco de Raquel poliglota

Nascida há 46 anos em território gaúcho, porém, há 21 anos manézinha, Raquel Silveira de Almeida é apaixonada por livros e pela escrita.

Graduou-se em Letras (bacharelado em português-inglês/UFSC) e também em Pedagogia (licenciatura plena em educação infantil/UDESC), tendo feito especialização em Práticas Pedagógicas Interdisciplinares (FACVEST) e em Educação a Distância (Faculdade SENAC).

Atua na educação desde 1996, sendo efetiva da rede municipal de ensino de Florianópolis desde 2006.

O amor pelos livros, pela leitura e pela escrita levou-a também ao amor por outras culturas e idiomas, buscando sempre aprender mais e levar esse universo multicultural para dentro de sala.   

Fala fluentemente inglês e francês. “Inglês desde criança amava e busquei formação em graduação. Mas o francês veio “depois de velha”, achando belas a sonoridade e a cultura desse país”.

Já fez dois anos de espanhol e compreende perfeitamente a língua. Está em fase intermediária em relação ao italiano, curso realizado online.

Com o islandês “brincou ” com ele por um ano por ter paixão pelo frio, pela neve, pela curiosidade da cultura viking, por lugares exóticos.

Em seus planos estão passar pelo menos uns 15 dias lá pelos fiordes, os enormes vales rochosos inundados pelo mar, em busca da aurora boreal, um verdadeiro show de luzes no céu, que mistura vermelho, laranja, azul, verde e amarelo.

As bolas da vez são o russo e o ucraniano, muito parecidos devido às similaridades do mesmo alfabeto, cirílico.

“São os meus desafios nos idiomas hoje. Difícil principalmente porque não se tem com quem praticar e exigem disciplina diária. Foco principalmente em filmes e músicas, pois ajudam a estimular a sonoridade e o acento da língua. Não me vejo fluente nesses idiomas tão cedo, mas não desisto nada fácil!”.

Outros planos: incluir pelo menos uma língua oriental e uma língua africana nessa lista.

Encantada por tecnologia desde o lançamento dos clássicos dos videogames na década de 1980 (foi uma das primeiras no Sul do Brasil a adquirir um Atari), o computador e as diferentes ferramentas tecnológicas são algo que encara como um hobby antigo, divertindo-se com hardwares e softwares já de longa data.

“Isso foi fundamental para encarar com certa tranquilidade o momento atual de práticas em teletrabalho e atendimento remoto e o uso recorrente de diferentes ferramentas tecnológicas”.

Para a professora Raquel Silveira, “educar crianças pequenas há muito tempo superou toda e qualquer uma dessas paixões que mencionei, sentindo-me – sem medo de qualquer força de expressão piegas – grata e realizada diante do trabalho que faço em minha comunidade e do retorno que recebo de minhas parceiras de profissão, das crianças e de seus familiares”.

Ela: MariBela

Boneca magrela de cabelo trançado

Lenço enfeitando cabelo de trança

Sorriso bonito feito criança

Braço comprido que a todos alcança

Nesse gostoso abraço apertado.

Olho que brilha no lindo rosto

Saia florida bem pouco rodada

Chegou-se como quem não quer nada

Parece a Maricota, essa danada!

Esbanjando alegria pra todo gosto.

A ela se rendem adulto e criança

Garantia certeira de boa diversão

Aprendizado eterno em nosso coração

Nome que ecoa melhor que canção

Sequer professora fugiu da dança.

Medo nenhum de caminhar adiante

Que venha o ano seguinte!

Ela estará aqui, sempre boa ouvinte

Pedimos que a nós ela borde e pinte

Em parceria única e contagiante.

 

Autoria: professora Raquel Silveira de Almeida


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